Caso Pedrinho: Avó Rompe o Silêncio com Declaração Sobre a Justiça que Comove o Brasil
Caso Pedrinho: Avó fala sobre dor e justiça em Mogi

O coração parece mesmo ficar menor, mais pesado, quando a gente tenta falar de uma dor dessas. E foi com essa sensação — um aperto no peito que não dá trégua — que Dona Maria*, avó do pequeno Pedrinho, resolveu quebrar o silêncio. O caso, que chocou Mogi das Cruzes e ganhou os noticiários nacionais, completa mais um capítulo doloroso.

O que era para ser um dia comum, sabe como é, terminou em tragédia. No último dia 28 de agosto, aquele que era só mais uma quarta-feira qualquer se transformou no pior pesadelo de uma família. Pedrinho, com apenas quatro aninhos, foi encontrado sem vida na piscina da residência da família, no Conjunto Santo Ângelo. A babá, uma mulher de 21 anos, foi presa em flagrante — e depois liberada pela Justiça, sob a alegação de que não havia intenção de matar. A defesa dela argumenta que foi um acidente terrível, trágico, mas apenas um acidente.

"Me sinto com o coração apertado, uma angústia que não passa", confessa a avó, em um momento de rara franqueza. Mas o que mais impressiona — e, cá entre nós, é de uma grandeza humana impressionante — é o que ela diz em seguida. "A justiça tem que ser feita para ambas as partes." Sim, você leu direito. No meio de uma dor que seria capaz de cegar qualquer um de raiva, ela consegue enxergar além. Ela não fala em vingança. Fala em justiça. E há uma diferença abismal entre uma coisa e outra.

O Peso de uma Perda e o Ruído das Redes Sociais

Enquanto a família tenta, de algum modo, aprender a respirar num mundo sem o menino, as redes sociais fervilham. Julgamentos, opiniões inflamadas, gente escolhendo lados como se fosse um jogo de futebol. É um barulho ensurdecedor que, convenhamos, não ajuda em absolutamente nada.

Dona Maria pede, quase suplica, por um pouco de serenidade. "Peço a todos que tenham calma, que rezem muito, porque a justiça de Deus é perfeita." É um apelo que vem das entranhas, de quem sabe que o caminho pela frente é longo e que a verdade — por mais complexa que seja — precisa ser apurada com rigor, e não com paixão.

E Agora, José?

O que resta para uma família depois de uma perda irreparável? Restam as lembranças. O sorriso fácil de Pedrinho, suas travessuras. Resta a fé, que para eles tem sido um alicerce. E resta a esperança — frágil, mas teimosa — de que a Justiça, com 'J' maiúsculo, fará o seu trabalho. Sem espetáculo. Sem pressa. Mas sem descanso.

O caso segue sob investigação do Delegado Carlos Alberto, da 2ª Delegacia de Polícia de Mogi, que tem a ingrata tarefa de tentar reconstruir os minutos que precederam a tragédia. Um quebra-cabeça com peças que ninguém gostaria de tocar.

Enquanto isso, a família se desmancha e se recompõe a cada minuto. E nos lembra, a todos nós, do valor de um abraço apertado nos nossos. Porque a vida, ah, a vida pode mudar de rumo no tempo de um piscar de olhos.