
Era uma tarde aparentemente comum em Regente Feijó, mas o destino reservava um capítulo angustiante para uma família local. Desde as primeiras horas de segunda-feira, o sumiço de Maria de Fátima da Silva, uma mulher de 46 anos com deficiência intelectual, transformou a rotina da cidade numa saga de esperança e apreensão.
Quatro dias. Quatro longos dias de buscas incansáveis, com voluntários, bombeiros e a comunidade revirando cada canto possível. E agora? Agora, o silêncio. As operações oficiais foram suspensas na tarde desta sexta-feira, deixando no ar um vazio pesado e incontáveis perguntas sem resposta.
Uma Procura que Mobilizou Toda uma Região
Não foi por falta de empenho, definitivamente. As equipes do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil e até policiais militares dedicaram-se de corpo e alma. Eles vasculharam matas, terrenos baldios, áreas verdes – qualquer lugar onde uma pista pudesse surgir. Até um drone sobrevoou a região, numa tentativa moderna de encontrar o que os olhos no chão não conseguiam.
Mas às vezes, a tecnologia e a boa vontade simplesmente não são suficientes. O último registro da Maria foi por volta das 15h de segunda, saindo de casa na Vila Formosa. Vestia uma calça preta e uma blusa rosa. Detalhes simples que agora parecem cruciais.
O Desespero da Família e a Suspensão das Buscas
Imagine a angústia. A família, é claro, está despedaçada. Eles fizeram de tudo, percorreram a cidade, distribuíram panfletos, alertaram todos os conhecidos. Uma dor que só quem passa entende.
E aí veio a decisão difícil. O tenente dos Bombeiros, Emerson Alves Ferreira, explicou com um misto de frustração e realismo: depois de cobrirem toda a área possível, sem nenhum novo indício, não havia mais para onde ir. Continuar seria como procurar uma agulha num palheiro sem fim. Uma decisão técnica, mas que dói na alma.
As buscas, pelo menos por parte das equipes oficiais, estão paralisadas. Mas isso não significa o fim. Qualquer novo sopro de informação, qualquer pista que aparecer, e eles prometem voltar à ação imediatamente.
Enquanto isso, a família e a comunidade seguem na torcida – e na vigília. Afinal, em casos assim, a esperança é a última que morre.