
A coisa toda começou de forma tão banal – uma discussão qualquer, naquele final de tarde de sábado, 20 de setembro. Mas terminou em tragédia. Dois homens, cujas identidades a polícia prefere não estampar por enquanto, estão atrás das grades acusados de um crime que chocou até os investigadores mais experientes de Barra do Piraí.
A vítima? Um homem. Sem teto. Sem nome conhecido por muitos. Mas, acima de tudo, sem a chance de defender-se da brutalidade que lhe foi imposta.
A descoberta foi macabra. Na Rua Professor Jair, bem no Centro da cidade, populares se depararam com um corpo já sem vida. A cena era de violência explícita – e tudo indicava que aquilo não tinha sido um acidente, muito menos uma morte natural.
Investigação: Peça por Peça
Os agentes da 3ª Delegacia de Polícia Civil mergulharam de cabeça. Testemunhas relataram ter visto dois indivíduos em confronto com a vítima horas antes. A narrativa se construía aos poucos, como um quebra-cabeças sombrio.
E então, as pistas convergiram. Rapidamente, dois nomes surgiram no radar: Wallace da Silva Lourenço e Wanderson da Silva Lourenço. Parentes? Irmãos? A polícia ainda investiga os laços entre eles – mas o que se sabe é que a dupla agiu em conjunto.
Nesta sexta-feira, 25, a prisão foi efetivada. Os dois foram levados para a delegacia, ouvidos, e não negaram o envolvimento. Na verdade, contaram uma versão – que beira o inacreditável pela frieza.
“Foi briga, não foi intencional”
É assim que os suspeitos tentam justificar o ato. Dizem que houve uma discussão, que things got out of hand, que tudo passou dos limites. Mas o que restou no local conta outra história: uma história de excesso, de violência desmedida, de fim de linha para alguém que já vivia à margem de tudo.
O laudo cadavérico não deixa dúvidas: morte violenta. Causas? Trauma. Muito trauma. Os peritos trabalham agora para detalhar cada ferimento, cada sinal deixado no corpo da vítima.
Enquanto isso, a dupla aguarda na cadeia. O delegador titular da 3ª DP, Dr. Leonardo Moreira, foi enfático: “O trabalho foi ágil graças à colaboração popular e ao empenho da equipe. Não toleramos crimes bárbaros como esse”.
E a pergunta que fica, ecoando pelas ruas de Barra do Piraí: quantos outros vulneráveis estão sob a mesma ameaça silenciosa? Quantos invisíveis podem ser alvo de ódio gratuito?
O caso segue sob investigação. E a cidade, sob o peso de mais uma história mal contada – que terminou em sangue.