
O caso que já era surreal ganhou contornos ainda mais sombrios. Um laudo pericial — aquele documento técnico que não mente — acabou de entregar o que muitos já desconfiavam: o motorista do Porsche envolvido naquele acidente brutal, que matou um homem de 52 anos, não estava nem um pouco em condições de dirigir.
E olha, não foi pouco. O nível de álcool no sangue dele era simplesmente absurdo. Tipo, três vezes acima do limite permitido por lei. Como se já não fosse o bastante, a tal da cocaína também decidiu fazer uma aparição no organismo do condutor. Uma combinação explosiva, literalmente.
O acidente em si já tinha chamado a atenção pela violência. Um Porsche Cayenne, um carrão daqueles, perdendo o controle e indo de frente contra um Fiat Mobi. O resultado? Tragédia na certa. O motorista do Mobi, um trabalhador de 52 anos, não resistiu. O condutor do Porsche, um tal de Henrique Faria, de 23, saiu com ferimentos — e agora, com uma encrenca das grandes.
E o tal do "gato preto"?
Pois é. A defesa do jovem tentou, veja só, culpar um gato preto. Sério mesmo. Disse que o bicho teria cruzado a pista e feito o motorista desviar bruscamente, perdendo o controle. Só que o laudo, feito pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP), simplesmente ignorou essa historinha. Nada de marcas de frenagem brusca ou desvio. O que tinha era álcool, droga e, muito provavelmente, excesso de confiança.
O delegado responsável pelo caso, Fábio Luiz da Costa, foi direto ao ponto: "Não foram encontrados vestígios que corroborassem a versão do gato preto". Ou seja, a tese defensiva foi por água abaixo. Agora, a investigação segue para apurar se havia excesso de velocidade — outro ingrediente comum nessas tragédias anunciadas.
O que esperar agora? Henrique Faria, que já respondia por homicídio culposo no trânsito, viu a acusação ficar bem mais pesada. Dirigir sob influência de álcool e drogas agrava tudo. E a justiça, como deve ser, parece não estar comprando a fábula felina.
É mais um daqueles casos que chocam pelo desprezo pela vida alheia. Um carro potente, um jovem imprevidente e uma mistura fatal de irresponsabilidade. E no final, quem pagou a conta foi um cidadão comum, a caminho de casa.