Imagine poder apagar multas de trânsito como quem deleta mensagens do celular? Pois é, em Teresina, um grupo achou que podia fazer isso – e agora a conta chegou. A Polícia Civil do Piauí desbaratou um esquema que, segundo as investigações, apagava multas como se fossem rascunhos indesejados.
Não foi pouco não. O prejuízo? Mais de R$ 500 mil, dinheiro que deveria estar indo para os cofres públicos. A Operação Mira, que rolou nesta terça (23), mostrou que a criatividade para o crime não tem limites. E olha que nem precisou de hacker de filme – era pura maracutaia interna mesmo.
Como funcionava o esquema
Segundo os investigadores, os envolvidos tinham acesso privilegiado ao sistema. Aproveitando brechas – ou criando elas –, simplesmente faziam multas desaparecerem. Tipo mágica, só que ilegal. E não era coisa pequena: dezenas, talvez centenas de infrações sumiram do mapa.
"É como se alguém tivesse um botão 'desfazer' para infrações de trânsito", comparou um delegado, que preferiu não se identificar. A analogia pode parecer brincadeira, mas o crime é sério. Muito sério.
Quem está por trás?
A polícia ainda não divulgou nomes, mas já sabe que eram servidores públicos e alguns intermediários. O modus operandi? Clássico: alguns recebiam grana para "facilitar" o sumiço das multas. Outros, provavelmente, faziam por "favor" a conhecidos.
Não foi à toa que a operação teve esse nome – Mira. "Porque miravam justamente no sistema de multas", explicou um investigador, enquanto embalava documentos em provas. A mira, agora, está virada para os envolvidos.
O que acontece agora?
Além dos inquéritos policiais, o caso deve virar um verdadeiro quebra-cabeça jurídico. Afinal, como ressarcir meio milhão que evaporou? E as multas canceladas – serão revalidadas? Perguntas que ainda ecoam nos corredores da delegacia.
Enquanto isso, a população fica com aquela pulga atrás da orelha: quantos outros esquemas assim existem por aí? Se esse foi descoberto, imagina os que ainda estão nas sombras... O certo é que, em Teresina, o trânsito ficou um pouco mais caro – para os infratores de verdade.
