
O Ministério Público de Minas Gerais deu um passo firme — e necessário, diga-se de passagem — num daqueles casos que deixam a gente sem ar. Você já parou pra pensar como um instante na estrada pode destruir vidas inteiras?
Pois bem. Um empresário, cujo nome a gente evita mencionar pra não transformar em espetáculo, teve nada menos que R$ 667 mil bloqueados pela Justiça. A razão? Ele foi o responsável pela morte de um gari, trabalhador que estava na sua labuta diária, em plena Belo Horizonte.
A coisa aconteceu num trecho da avenida Professor Mário Werneck, no burburinho do Bairro Buritis. Segundo as investigações, o tal empresário estava ao volante de uma Jaguar — veículo de alto padrão, claro — quando atingiu o profissional da limpeza urbana. O laudo pericial não deixa margem para dúvidas: excesso de velocidade e uma ultrapassagem desastrada, daquelas que beiram o inconsequente.
Não foi 'apenas' um acidente
Aqui, meus amigos, a gente precisa fazer uma pausa. Isso não foi "um acidente". Acidente soa como algo inevitável, uma fatalidade do destino. O que aconteceu foi uma escolha. Alguém decidiu dirigir de forma temerária e terminou com uma vida ceifada. O gari não teve chance.
O promotor que toca o caso foi enfático: o bloqueio dos bens não é só uma medida financeira. É um recado. A sociedade mineira — e brasileira, por que não? — exige respostas concretas quando vidas são interrompidas pela imprudência alheia. Os R$ 667 mil representam uma tentativa de reparação, ainda que simbólica, à família do trabalhador.
O que acontece agora?
O valor bloqueado será destinado à família da vítima, é claro. Mas a batalha judicial está longe do fim. O empresário responde em liberdade, e o processo criminal segue seu curso. A defesa, como era de se esperar, deve entrar com recursos. É o jogo.
Enquanto isso, nas ruas de BH, os garis seguem seu trabalho. Com mais medo? Com mais receio? Quem sabe. O que resta é a esperança de que a justiça — lenta, muitas vezes falha — consiga, desta vez, enviar uma mensagem clara: não, não é aceitável. Vidas importam mais que pressa.