
Eis que o Supremo decidiu — e a coisa vai mudar de figura nas ruas das nossas cidades. Numa virada que muita gente nem esperava, o STF deu aval para que guardas municipais possam, sim, exercer funções de polícia. Não é pouco coisa. E olha só o timing: o governo federal já está com a faca e o queijo na mão, preparando um programa nacional de câmeras corporais justamente para esses agentes.
Parece que finalmente alguém ligou os pontos. Afinal, de que adianta ampliar a atuação sem dar transparência ao que acontece na ponta? As câmeras, claro, surgem como uma tentativa de equilibrar a equação: mais autoridade, sim, mas também mais responsabilidade.
O que muda na prática?
Bom, a questão não é simples. A decisão do Supremo basicamente derruba um entendimento antigo que limitava a atuação das guardas à proteção de bens e serviços municipais. Agora, elas podem fazer muito mais: abordagem, prisão em flagrante, até mesmo o uso progressivo da força — sempre seguindo os protocolos, claro.
Mas é aquela coisa: com grande poder vem grande... você sabe. E é aí que entram as tais câmeras. O programa federal quer não só equipar os agentes, mas criar um sistema integrado de monitoramento e gestão das imagens. A ideia é evitar abusos e, de quebra, proteger os próprios guardas de acusações infundadas.
E os recursos?
Pois é — sempre tem esse detalhe. O governo garante que vai bancar a iniciativa. O edital deve sair ainda este ano, e a expectativa é que até 2026 a maioria das grandes cidades esteja com os equipamentos funcionando. Mas ninguém esconde que o desafio é imenso: são mais de 140 mil guardas municipais espalhados pelo Brasil.
Alguns especialistas já veem a medida com bons olhos. "É um passo importante para modernizar a segurança pública", diz um analista que preferiu não se identificar. Outros são mais céticos: "Equipamento é bom, mas tem que vir junto com treinamento e mudança de cultura", ressalta uma pesquisadora de São Paulo.
O fato é que a rua vai esquentar. E agora, com mais olhos — eletrônicos — vigiando.