
Parece que a criatividade para burlar o sistema na Baixada Santista não tem limites. Só neste ano, a Sabesp já contabilizou um número que dá o que pensar: mais de 1.600 ocorrências de furto de água foram registradas na região. Fazendo as contas, é como se quase seis "gatos" novos fossem descobertos a cada singelo dia que passa. Um verdadeiro surto de ligações clandestinas.
E olha, a coisa não é pouca. A gente tá falando de um prejuízo que corre na casa dos milhões de reais. Quem paga a conta, no fim das contas? É o consumidor comum, aquele que todo mês se programa para quitar a sua. O impacto é direto no bolso de todo mundo e na própria saúde do sistema de abastecimento, que fica sobrecarregado.
Onde o Problema Aperta Mais?
Os números não mentem, mas a distribuição deles é curiosa. A maior concentração dessas ligações irregulares, sabe onde foi? Em Santos. A cidade puxa a fila com uma fatia considerável desses mais de 1.600 casos. Mas não se engane, o problema é regional mesmo. São Vicente, Praia Grande e outras cidades da baixada também aparecem com números significativos, mostrando que a questão é generalizada.
É aquela velha história: o prejuízo é de todos. A água que some sem ser faturada precisa ser produzida, tratada e distribuída com os mesmos custos. Alguém tem que bancar essa operação, e acaba sendo a sociedade como um todo.
E a Sabesp, o que Está Fazendo?
A empresa, claro, não ficou de braços cruzados. A estratégia tem sido uma combinação de fiscalização de campo – com equipes na rua vasculhando – e o uso de tecnologia para cruzar dados e identificar consumos atípicos. É um jogo de gato e rato, literalmente. Eles fecham um "gato", mas parece que outro aparece logo adiante.
A sensação que fica é a de que é uma batalha difícil. Enquanto a situação econômica para muitas famílias e negócios permanecer complicada, a tentação de recorrer a esses meios irregulares vai continuar existindo. Mas o buraco é mais embaixo: além do aspecto criminal, há uma discussão séria sobre acesso à água e tarifas que precisa ser feita.
No fim das contas, a conta sempre chega. E chega mais cara para quem é honesto. Uma situação, no mínimo, para refletirmos.