
Quem navega pelo Rio Madeira, no coração da Amazônia, sabe que as águas podem ser tão imprevisíveis quanto um jogo de pôquer. E é justamente nesse cenário que a Marinha do Brasil decidiu apertar o cerco. Desde o início desta semana, uma operação especial está em curso para fiscalizar comboios fluviais — aqueles conjuntos de balsas e rebocadores que parecem pequenas cidades flutuantes.
Não é brincadeira não. A região, que já foi palco de acidentes trágicos — lembra daquela balsa que virou em 2021? — agora recebe atenção redobrada. Os militares estão checando tudo: desde a documentação das embarcações até as condições dos equipamentos de segurança. E olha, tem barco por aí que nem colete salva-vidas direito tem...
O que está sendo fiscalizado?
- Documentação das embarcações (e tem muito "gato por lebre" nesse meio)
- Condições dos equipamentos de navegação
- Quantidade e estado dos coletes salva-vidas
- Capacidade máxima de carga (porque tem muito comboio andando "obeso")
- Qualificação da tripulação
Um oficial da Marinha, que preferiu não se identificar, contou que encontraram situações pra lá de esquisitas: "Tem barqueiro que acha que GPS é enfeite. Outros nem sabem ler carta náutica direito. É de arrepiar".
E não é só papelada não. Os comboios que transportam combustível — aqueles que viram verdadeiras bombas flutuantes — estão sob lupa especial. Afinal, ninguém quer repetir o desastre de 2019, quando um vazamento deixou o rio cheirando a gasolina por semanas.
E os ribeirinhos?
Os moradores da região estão divididos. Enquanto Dona Maria, 62 anos, que vive às margens do rio há décadas, aprova a ação ("Tá certo, esses comboios passam que nem touro brabo"), o barqueiro João Batista reclama: "Tão enchendo o saco com burocracia. Isso aqui não é mar não, é rio".
A verdade é que o Rio Madeira não perdoa. Com suas correntezas traiçoeiras e bancos de areia que aparecem do nada, a navegação por ali sempre foi um desafio. E agora, com o aumento do tráfego de comboios — alguns com até 5 balsas! — a situação ficou ainda mais complicada.
Será que essa operação vai resolver? Difícil dizer. Mas uma coisa é certa: quem anda pelo Madeira nos próximos dias pode esperar por algumas surpresas. A Marinha promete que não vai dar moleza pra ninguém.