
Um número que faz a gente parar e pensar – e não é pouco. Quase metade das pessoas que deixam o sistema prisional do Piauí acaba, infelizmente, voltando a cometer crimes. O dado, francamente preocupante, veio à tona nesta quinta-feira (28) de uma fonte direta: o próprio secretário de Justiça do estado, Carlos Edilson.
E onde isso foi dito? Num momento que, ironicamente, era de esperança: a inauguração de um novo espaço voltado justamente para tentar mudar essa triste estatística. O local, batizado de 'Espaço de Ressocialização e Cidadania', fica anexo ao Fórum Criminal de Teresina e promete ser um ponto de virada.
O que está por trás desse índice assustador? O secretário foi direto ao ponto: a falta completa de oportunidade. Não adianta soltar alguém e deixar essa pessoa à própria sorte, sem emprego, sem qualificação, sem um pingo de esperança. É quase como empurrá-la de volta para o mesmo buraco. Um ciclo vicioso – e dos ruins.
Uma Luz no Fim do Túnel?
É aí que entra o tal espaço novo. A ideia não é reinventar a roda, mas sim oferecer ferramentas concretas. Imagine só: de um lado, aulas para terminar os estudos. De outro, cursos profissionalizantes que ensinem um ofício de verdade. E mais – atendimento psicológico e social, porque recuperação não é só dar um emprego, é cuidar da mente também.
“A gente precisa encarar o problema de frente”, disse o secretário, com um tom de urgência. E ele tem um plano: focar primeiro naqueles que estão prestes a ganhar a liberdade. Prepará-los para o mundo lá fora, que pode ser assustador depois de anos entre quatro paredes.
Um Problema que é de Todos
O que mais choca nessa história toda é o custo humano – e também financeiro. Manter alguém preso custa os olhos da cara para o estado. Reincidir, então, é jogar dinheiro e vidas fora. É um sinal claro de que o modelo atual, puramente punitivo, simplesmente não está funcionando como deveria.
Será que iniciativas como essa nova unidade podem, finalmente, começar a mudar o jogo? Só o tempo – e números futuros – vão dizer. Mas uma coisa é certa: ignorar o problema definitivamente não é mais uma opção. O Piauí, e o Brasil, precisam de respostas. E rápido.