
Era uma manhã comum em Campinas, mas algo estava prestes a virar de cabeça para baixo o que se imaginava sobre aqueles que deveriam proteger a população. A Operação Mira — um nome que soa quase poético para algo tão sombrio — finalmente saiu do papel nesta segunda-feira (15).
Três guardas municipais, hein? Exatamente. Os próprios agentes que juram defender a lei foram presos em flagrante por... advinha? Extorsão e corrupção. A ironia é de doer.
O Esquema: Como Tudo Acontecia
Segundo as investigações da Polícia Civil, a jogada era simples, mas ardilosa. Os guardas abordavam motoristas — muitas vezes de caminhões — e inventavam infrações que nem existiam. Multas fantasmas, irregularidades inexistentes... o que a criatividade permitisse.
Aí vinha a proposta «milagrosa»: pagou, não leva a multa. Valores que variavam, mas sempre um favorzinho entre R$ 200 e R$ 500 para fazer a suposta infração desaparecer como mágica. Só que a mágica, dessa vez, deu muito errado.
As Vítimas e as Provas
Não foram poucos os que caíram no conto. Motoristas de várias regiões, alguns assustados, outros apenas querendo resolver rápido — quem nunca? — aceitaram o «acordo» proposto pelos guardas.
Mas aí é que está: a Polícia Civil já estava de olho. Com escutas autorizadas pela Justiça e quebras de sigilo, as conversas foram todas registradas. Dinheiro trocando de mão, combinados por mensagem... não deu para escapar.
Dois dos guardas foram pegos ainda durante o turno de trabalho. Imagina a cena: fardados, no exercício da função, sendo algemados pelos próprios colegas de law enforcement. O terceiro foi encontrado e preso em casa.
Além das Prisões: Buscas e Apreensões
A operaçao não parou por aí. Os policiais cumpriram três mandados de busca e apreensão — dois em casas e um no próprio posto de trabalho dos investigados. Celulares, documentos e valores em espécie foram apreendidos. Tudo vai servir para reforçar o quebra-cabeça investigativo.
Os três agora respondem pelos crimes de corrupção passiva e extorsão. E olha, a pena pode ser pesada: até 16 anos de cadeia, se somados os dois crimes. Dá para refletir bastante atrás das grades.
E sabe o que é pior? Eles nem eram novatos. Dois deles estavam na Guarda Municipal há mais de 10 anos. Tempo suficiente para saber muito bem que o caminho era outro.
O caso segue sob investigação. A Polícia Civil não descarta que mais envolvidos — ou até mais vítimas — possam aparecer. Afinal, onde tem fumaça...