
Era um dia como qualquer outro em Salvador até que a notícia explodiu como um rastilho de pólvora: um major da Polícia Militar, aquele que deveria ser o guardião da ordem, acabou algemado pela própria instituição que jurou proteger. A ironia? Dolorosamente poética.
Segundo fontes próximas ao caso, o oficial — cujo nome não foi divulgado por questões legais — teria virado o jogo e passado a atuar como "facilitador" para a entrada de celulares no presídio. Sim, aqueles mesmos aparelhos que viram moeda de troca entre detentos e alimentam organizações criminosas de dentro das grades.
O esquema que desmoronou
Detalhes do inquérito revelam um modus operandi quase cinematográfico:
- Celulares eram escondidos em locais inusitados durante revistas
- Visitantes pagavam "taxas" pelo serviço especial
- O major teria recebido mais de R$ 50 mil em propinas
"Quando descobriram, foi aquela correria. O cara que deveria prender virou o preso, e a PM não perdoou", contou um cabo que preferiu não se identificar. A exoneração veio rápido — em menos de 48 horas após a prisão em flagrante.
Efeitos colaterais
O caso jogou gasolina no já inflamado debate sobre:
- Corrupção no sistema prisional
- Falhas na fiscalização de agentes
- O poder das facções mesmo atrás das grades
Para piorar, isso acontece justamente quando o estado anunciava novas medidas de controle nos presídios. Timing perfeito para um escândalo, não?
Enquanto isso, nas ruas de Salvador, o assunto dominava os botecos. "Todo mundo sabe que rola, mas pegar um oficial assim é raro", comentou um vendedor ambulante na região do Comércio, enquanto arrumava sua barraca de cocadas.