Justiça Militar absolve PMs no caso Kathlen: decisão gera polêmica no Rio
Justiça Militar absolve PMs no caso Kathlen

O caso que chocou o Rio de Janeiro — e ainda ecoa nas ruas — chegou a um capítulo polêmico. Dois anos depois da morte de Kathlen Romeu, grávida de 24 anos, baleada durante uma operação policial no Lins, a Justiça Militar decidiu: os PMs acusados de fraude processual estão livres.

Não foi por falta de revolta pública. A decisão, divulgada ontem (5/8), veio após uma auditoria minuciosa — ou pelo menos é o que dizem os autos — que considerou "insuficientes" as provas contra os três policiais. Eles teriam adulterado a cena do crime, mas, segundo o relatório, "não há indícios concretos".

O que realmente aconteceu?

Kathlen morreu em junho de 2021. Uma bala perdida — ou não tão perdida assim — a atingiu enquanto filmava um ensaio fotográfico na favela. Os PMs alegaram confronto com traficantes. Testemunhas, porém, contaram outra história: tiroteio desnecessário, gente correndo desesperada.

O caso virou símbolo da violência policial. "Mais um", como diriam os movimentos sociais. A família da jovem, claro, não engoliu a decisão. "É uma piada de mau gosto", disse o advogado deles, lembrando que o inquérito civil continua correndo na Justiça comum.

E agora?

Enquanto isso, no Twitter, a hashtag #JustiçaPorKathlen voltou a trendar. Nas quebradas, o clima é de desconfiança. "Cada absolvição dessas é um tiro na credibilidade da corporação", comentou uma moradora do Complexo do Lins, onde tudo aconteceu.

Resta saber se o Ministério Público vai recorrer. Enquanto a resposta não vem, uma coisa é certa: o Rio não esqueceu. E dificilmente vai perdoar.