Delegacia no Amazonas vira caos: superlotação e condições precárias chocam inspetores
Delegacia no AM em caos: superlotação e condições precárias

Imagine um lugar onde o ar pesa mais que as correntes, onde cada centímetro disputado a suor e desespero. Foi isso que encontraram inspetores numa delegacia do Amazonas — um cenário que mais parece roteiro distópico do que instituição pública.

As celas, projetadas para 15, abrigavam 40. Banheiros? Nem pensar — improvisavam com baldes. "Parecia um mercado de peixe em dia de promoção", relatou um agente sob anonimato, esfregando os olhos como quem tenta apagar a memória.

Estrutura que envergonha

Detalhes que doem:

  • Ventilação inexistente — o calor amazônico transformando o espaço em forno à lenha
  • Fios elétricos expostos, dançando como cobras sobre as cabeças dos detidos
  • Alimentação que chegava... quando chegava

E o pior? Isso num estado que gastou milhões em reformas prisionais só no último ano. Ironia ou incompetência — você escolhe.

O que dizem as autoridades?

O secretário de segurança prometeu "medidas imediatas", mas sabe como é — promessas em época de eleição são como chuva no deserto. Evaporam antes de tocar o solo.

Enquanto isso, os presos provisórios (sim, muitos nem condenados eram) viram estatísticas em relatórios engavetados. Alguns já completavam 72 horas sem ver a luz do sol — tempo suficiente pra perder a noção se era terça ou século.

Moradores da região contam que as sirenes não param. "Parece que tão sempre levando mais gente pra aquela masmorra", desabafa uma vendedora de 54 anos, que pediu pra não ser identificada — medo, sabe como é?