
Era para ser um caminho simples: aulas, prova e a tão sonhada habilitação. Mas para dezenas de pessoas em Campinas, o sonho virou um quebra-cabeça burocrático sem fim. Do nada, a Autoescola Nova Geração, que funcionava no Parque Industrial, simplesmente evaporou. Sumiu. Deixou para trás apenas uma porta fechada e uma montanha de frustração.
Imagina a cena: você paga um pacote completo, faz algumas aulas teóricas e práticas, e do nada... silêncio. O telefone não atende, as redes sociais viram um deserto e ninguém sabe de nada. É isso que aconteceu com pelo menos 30 alunos – e provavelmente muitos outros que ainda não se manifestaram.
Prejuízo que dói no bolso e na alma
Os valores jogados no ralo são altos, viu? Tem gente que desembolsou mais de R$ 2 mil. Uma estudante, que preferiu não se identificar, contou que investiu R$ 1,3 mil e mal começou as aulas. "É um dinheiro que faz falta, ainda mais para quem é estudante", lamentou. Outra candidata, Daiane Cristina de Oliveira, já estava até marcada para fazer o exame prático. Agora, seu processo está literalmente perdido em algum limbo do Detran.
O pior de tudo? Muitos nem sequer conseguiram resgatar seus documentos – que ficaram retidos na autoescola. É como se parte da sua identidade tivesse sumido junto com o negócio.
E agora, quem poderá os defender?
Procon Campinas já está com o caso em suas mãos e investiga se caracteriza violação aos direitos do consumidor. A verdade é que o estabeleimento simplesmente encerrou suas atividades sem aviso prévio, sem explicação e – o mais grave – sem devolver um centavo aos clientes.
O Detran SP, por sua vez, emitiu uma nota dizendo que "orienta os candidatos a procurar a autoescola onde iniciaram o processo". Ótimo, não? Só que a autoescola... bem, você já sabe.
A recomendação oficial é que os alunos afetados entrem em contato com a Ouvidoria do Detran através do telefone 0300-010-1000. Mas convenhamos: depois de tanto estresse, ninguém merece ficar horas em uma linha telefônica.
Enquanto isso, o que era para ser uma conquista – tirar a carteira de motorista – virou uma verdadeira via crucis. Dinheiro perdido, tempo desperdiçado e uma sensação amarga de que levaram vantagem em cima da sua boa fé.
E assim segue mais um capítulo das pequenas injustiças cotidianas que tantos brasileiros enfrentam. Esperança? Resta a possibilidade de ação coletiva ou judicial. Mas até lá, o prejuízo – financeiro e emocional – já está consolidado.