Itália quer libertar 10 mil presos: superlotação e suicídios em presídios levam a medida radical
Itália quer soltar 10 mil presos por superlotação

A situação nas prisões italianas está tão crítica que o governo decidiu tomar uma medida drástica — e, claro, polêmica. Pelo menos 10 mil detentos podem ser soltos em breve, tudo para aliviar a superlotação que transformou os presídios do país em verdadeiras panela de pressão.

Não é exagero. As celas estão abarrotadas, o sistema judicial emperrado e, para piorar, os casos de suicídio entre presos dispararam. Algo tinha que ser feito — mesmo que isso signifique soltar criminosos antes do tempo.

Presídios no limite

Imagine um lugar projetado para 50 pessoas abrigando 120. Agora multiplique isso por centenas de prisões. É esse o cenário caótico que a Itália enfrenta hoje. Segundo dados oficiais, o sistema penitenciário opera com 120% da capacidade — e em algumas regiões, esse número chega a 150%.

"É desumano", admite um funcionário do Ministério da Justiça que prefere não se identificar. "Os presos dormem no chão, os banheiros não dão conta, a violência entre detentos é constante."

Onda de suicídios

Nos últimos 12 meses, os casos de presos que tiraram a própria vida aumentaram 40%. Especialistas apontam que as condições degradantes são o principal motivo. "Quando você é tratado como animal, acaba agindo como um", comenta um psicólogo que trabalha no sistema prisional.

O plano do governo prevê a liberação principalmente de:

  • Presos com penas menores
  • Idosos ou doentes crônicos
  • Quem está perto de cumprir a sentença

Mas nem todo mundo concorda. "É colocar bandido na rua", protesta uma vítima de crime. Já defensores públicos argumentam que a medida é necessária: "O Estado não pode continuar violando direitos humanos básicos".

E depois?

A medida é emergencial, mas especialistas alertam: sem reformas profundas no sistema judicial e penitenciário, o problema vai voltar. A Itália precisa decidir se quer apenas esvaziar presídios ou realmente repensar sua política criminal.

Enquanto isso, nas ruas, a discussão esquenta. Afinal, qual é o limite entre justiça e desumanidade?