MP-BA pede proteção para área que pode ser o maior cemitério de escravizados da América Latina
MP-BA pede proteção para maior cemitério de escravizados da AL

O Ministério Público da Bahia (MP-BA) emitiu um pedido formal para a proteção imediata de uma área em Cachoeira, no Recôncavo Baiano, que pode abrigar o maior cemitério de africanos escravizados da América Latina. A descoberta, ainda em fase de investigação arqueológica, tem potencial para reescrever capítulos da história colonial brasileira.

Por que essa descoberta é tão importante?

Segundo especialistas, o local pode conter centenas de corpos de homens, mulheres e crianças trazidos à força da África entre os séculos XVI e XIX. A região era um dos principais pontos de desembarque de navios negreiros no Brasil.

Quais as medidas solicitadas pelo MP?

  • Interdição emergencial da área
  • Alocação de recursos para pesquisas arqueológicas
  • Criação de um plano de preservação permanente
  • Inclusão do sítio no patrimônio histórico nacional

Arqueólogos já encontraram no local artefatos como contas de vidro (usadas como moeda no tráfico negreiro), fragmentos cerâmicos e possíveis estruturas funerárias. A análise preliminar sugere que o cemitério foi usado por décadas antes de ser abandonado e esquecido.

Impacto histórico e cultural

Se confirmada, a descoberta representaria:

  1. O maior testemunho material da diáspora africana no continente
  2. Evidências cruciais sobre as condições de vida dos escravizados
  3. Possibilidade de estudos de DNA para rastrear origens africanas
  4. Um marco para políticas de reparação histórica

Comunidades quilombolas da região já manifestaram interesse em participar do processo de preservação, defendendo que o local seja transformado em memorial e espaço de educação antirracista.