
Imagine seu filho chegar em casa com aquela expressão que nenhum pai ou mãe quer ver – olhos baixos, voz trêmula, coração pesado. Foi exatamente isso que aconteceu com a pequena família carioca na última quarta-feira, quando o pequeno Miguel*, de apenas 11 anos, voltou da escola particular na Zona Sul do Rio com marcas invisíveis que doem mais que qualquer arranhão.
O que deveria ser um ambiente seguro transformou-se em palco de humilhação. Colegas de turma lançaram insultos racistas contra o menino negro, usando termos que reproduzem séculos de opressão. Coisa de doer na alma, como a própria mãe descreveu com a voz embargada.
O desabafo materno: revolta e luta por justiça
"É como se esfaqueassem meu coração todos os dias", confessa a mãe, que preferiu não se identificar para proteger a criança. Ela não fala apenas com raiva – fala com aquela dor surda que só quem vive o racismo na pele conhece. A família, é claro, não ficou parada.
Já imaginaram? O menino precisa continuar convivendo com os mesmos agressores enquanto a direção da escola – que até agora não se manifestou publicamente – decide como age. A gente sabe como essas coisas funcionam: muita conversa, pouca ação.
O papel das instituições de ensino
Escolas particulares de elite não podem ser apenas fábricas de notas altas e uniformes impecáveis. Precisam ser, antes de tudo, espaços de formação humana – e isso inclui combater o racismo estrutural que insiste em persistir.
O caso já está nas mãos da 16ª DP (Barra da Tijuca), porque injúria racial é crime, sim senhor! E crime grave, diga-se de passagem. A delegada Adriana Belém confirmou a investigação, mas você sabe como são essas coisas: andam a passos de tartaruga.
Não é isolado, não é brincadeira
O que mais revolta nessa história toda é saber que o Miguel não é exceção. Quantos outros 'Miguelis' sofrem calados por aí? Quantas crianças carregam esse fardo sem ter com quem desabafar?
Especialistas em educação que acompanham casos assim – e infelizmente são muitos – alertam: racismo em ambiente escolar deixa sequelas profundas. Afeta autoestima, rendimento escolar e, o pior de tudo, a forma como a criança enxerga seu próprio lugar no mundo.
A família do menino, é claro, não quer indenização. Quer mudança. Quer que a escola assuma sua responsabilidade e eduque de verdade – porque racismo não se discute, se combate!
Enquanto isso, Miguel tenta seguir sua vida de criança, entre jogos de videogame e lições de casa, carregando um peso que nenhuma criança deveria carregar.
*Nome fictício para preservar a identidade do menor