
Em uma cerimônia carregada de simbolismo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu nesta terça-feira (28) a Ordem de Rio Branco a Eunice Paiva, militante histórica da resistência à ditadura militar. A honraria póstuma reconhece a trajetória de coragem da ativista, falecida em 2020.
Legado de resistência
Viúva do jornalista Rubens Paiva – desaparecido político durante o regime militar –, Eunice tornou-se símbolo da luta por memória, verdade e justiça. Mesmo sob intensa perseguição, manteve firme a busca pelo paradeiro do marido e denunciou as violações de direitos humanos cometidas pelo Estado.
Reconhecimento histórico
A condecoração, uma das mais altas honrarias civis do Brasil, foi recebida pela filha de Eunice, Clarisse Paiva. Em discurso emocionado, ela destacou: "Esta homenagem não é só à minha mãe, mas a todas as mulheres que enfrentaram a ditadura com dignidade".
Contexto político
A cerimônia ocorre em um momento de revalorização das políticas de memória pelo governo federal, que retomou projetos como o Museu da Resistência e ampliou o acesso a arquivos da repressão. Especialistas apontam que a homenagem reforça o compromisso com a democracia:
- Simboliza reparação histórica
- Valoriza o papel das mulheres na resistência
- Fortalecer a educação sobre direitos humanos
O ato contou com a presença de ministros, familiares de vítimas da ditadura e representantes de organizações de direitos humanos.