Era uma daquelas manhãs que começam com o barulho de helicópteros e sirenes — aquele tipo de alvoroço que faz os vizinhos se aglomerarem nas janelas. No Sul do Piauí, uma operação que parecia saída de filme de ação terminou com a prisão do principal suspeito de um crime que deixou a região em estado de choque.
O alvo? Um homem de identidade ainda não revelada, acusado de ceifar a vida de um adolescente com um tiro à queima-roupa no rosto. Detalhes cruéis, que nem deveriam existir no vocabulário de qualquer cidade, mas que infelizmente viraram rotina em alguns cantos do Brasil.
Operação foi "como encontrar agulha em palheiro"
Segundo fontes da delegacia, os policiais trabalharam por dias seguindo pistas "tão frágeis quanto teia de aranha". Até que, num daqueles golpes de sorte que parecem roteirizados, o suspeito foi localizado escondido num povoado afastado, tentando — sem sucesso — se passar por trabalhador rural.
"Ele não esperava que a gente fosse tão longe", comentou um dos investigadores, em tom que misturava alívio e cansaço. A arma do crime? Ainda não encontrada, mas as buscas continuam.
Vítima era "aluno quieto" e sonhava ser mecânico
Enquanto isso, a família do adolescente morto — cujo nome preservamos por respeito — tenta entender o inaceitável. Vizinhos descrevem o jovem como "aquele tipo de garoto que consertava bicicletas pra criançada sem cobrar nada". Ironia cruel: ele foi assassinado a menos de 300 metros da escola onde estudava.
O caso reacendeu discussões sobre:
- Falta de políticas públicas para juventude
- Expansão do tráfico em cidades do interior
- Demora no atendimento de emergência em áreas remotas
Moradores da região, em conversas de boteco e redes sociais, cobram mais efetividade — e menos discurso. "A gente cansa de ser estatística", resumiu uma professora aposentada, enquanto acompanhava o noticiário local.
