Garimpeiros entram em confronto no Amapá após massacre na divisa com o Pará: oito mortos
Garimpeiros protestam no Amapá após chacina com 8 mortos

O clima no Amapá está mais pesado que ouro em bateia. Depois que oito pessoas foram executadas a sangue frio na divisa com o Pará — num daqueles crimes que dão nó no estômago —, os garimpeiros resolveram botar a boca no trombone. E não foi no grito.

Na tarde de ontem, um bando de mineiros ilegais — esses que vivem no fio da navalha — fechou estradas e botou fogo em pneus perto de Porto Grande. A paisagem, que normalmente seria de mata fechada e rios sinuosos, virou cenário de filme de guerra. Fumaça preta, gente armada até os dentes, e aquela tensão que até os urubus deram no pé.

O estopim

Tudo começou com um massacre que nem os mais cascudos da região esperavam. Oito corpos — alguns com marcas de tortura, segundo os peritos — foram encontrados num ramal escondido na mata. A polícia ainda tá tentando desvendar quem mandou fazer o serviço sujo, mas os garimpeiros já botaram a culpa em grupos rivais.

"Aqui virou terra sem lei", esbravejou um dos líderes do protesto, com as mãos calejadas segurando um cartaz improvisado. "Ou o governo age, ou a gente se defende na bala". Não dá pra saber se é bravata ou promessa, mas o fato é que o clima tá mais quente que forno de fundição.

As consequências

  • Três caminhões de minério virados e queimados — prejuízo na casa dos milhões
  • PMs em estado de alerta máximo, com reforço vindo até de Macapá
  • Comércio fechado por medo de saques (até o boteco do seu Zé, que nunca fecha)
  • Rodovia AP-210 interditada, deixando caminhoneiros presos no meio do nada

E enquanto isso, nos gabinetes de Brasília, o assunto deve estar sendo discutido entre um cafezinho e outro. O governador do Amapá prometeu "medidas enérgicas", mas os garimpeiros já ouviram esse disco arranhado antes. Enquanto isso, na terra onde o ouro vale mais que a vida, o cheiro no ar não é só de fumaça — é de revolta.