
A madrugada desta quarta-feira (4) em Jataí, no interior de Goiás, não terminou em silêncio. Terminou com o estampido seco de mais de dez disparos que ceifaram a vida de um homem, cuja identidade ainda é um mistério — a políde trabalha para desvendar quem era e, o mais importante, o que motivou um ataque de tamanha violência.
Perto das duas da manhã, o que deveria ser um momento de tranquilidade no Residencial Vale do Sol se transformou num pesadelo. Testemunhas — aquelas que, com voz trêmula, se dispuseram a falar — contaram à polícia que ouviram uma sequência interminável de tiros. Não foram dois ou três. Foram mais de dez. Um verdadeiro massacre.
Quando a poeira baixou e a coragem falou mais alto, alguém acionou a Polícia Militar. No asfalto, próximo a um veículo, estava o corpo sem vida da vítima. A cena era dantesca: o homem jazia no chão, crivado de projéteis. Os peritos do Instituto de Criminalística trabalharam meticulosamente no local, catando cada cápsula, cada vestígio que pudesse contar a história daquela execução.
E agora, o que se sabe? Pouco. Quase nada, para ser sincero. A motivação? Pode ter sido uma vingança pessoal, um acerto de contas do tráfico, ou algo completamente diferente. A verdade é que, neste momento, tudo não passa de um grande ponto de interrogação. A Polícia Civil assumiu as investigações e está seguindo pistas — mas, como é comum em casos assim, o muro do silêncio é alto e difícil de transpor.
Uma cidade que se pergunta o porquê
Jataí, uma cidade conhecida pela sua tranquilidade, acordou com a notícia que ninguém quer ouvir. Não é todo dia que um crime de tamanha brutalidade mancha as manchetes locais. O clima, é claro, é de apreensão. Moradores da região do Vale do Sol estão assustados, questionando a própria segurança e tentando entender como algo assim pôde acontecer tão perto de casa.
O Delegado Titular da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (DEIC) de Jataí já se manifestou. Em palavras medidas, afirmou que todas as linhas de investigação estão sendo perseguidas. Equipes vasculham câmeras de segurança de estabelecimentos vizinhos, na esperança de que uma imagem, por mais borrada que seja, possa oferecer a pista que falta.
Enquanto a justiça não é feita, uma família chora a perda de um ente querido. A identidade do homem só será revelada após a notificação dos familiares — um momento delicado e que exige o máximo de respeito.
Uma pergunta, no entanto, ecoa pelas ruas de Jataí: até quando? A violência, essa sombra indesejada, parece insistir em perturbar a paz goiana.