Era pra ser só mais um dia comum em Guarapari, mas o que começou como uma discussão banal por míseros sete reais terminou em cena de horror. Um homem — cuja identidade ainda não foi divulgada — perdeu a vida de forma brutal, esfaqueado múltiplas vezes no meio da rua. Tudo por causa de uma quantia que mal daria pra comprar um lanche.
Segundo testemunhas que preferiram não se identificar (quem pode culpá-las?), a briga começou com palavras duras, escalou pra empurrões e, num piscar de olhos, virou carnificina. "Foi coisa de louco, parecia filme de terror", contou um vizinho ainda sob choque, enquanto limpava as mãos sujas de suor na calça jeans.
O preço de uma vida
R$ 7. É isso. Sete reais que separavam a vida da morte naquele fim de tarde abafado. A polícia ainda corre atrás do suspeito — um conhecido da vítima — que sumiu como fumaça depois do crime. E olha que não foi por falta de aviso: os dois já tinham histórico de desentendimentos, mas ninguém imaginava que chegariam a esse extremo.
No local, só restou uma mancha escura no asfalto e um silêncio pesado. Os moradores da região, acostumados com o vai-e-vem turístico, agora falam baixo e olham por cima do ombro. "A gente sabe que violência existe, mas quando bate na sua porta...", suspira uma senhora enquanto arruma as cadeiras na calçada, como se a rotina pudesse apagar o sangue.
Quando o trivial vira fatal
O caso escancara uma realidade que ninguém gosta de encarar: no Brasil, até conflitos bestas podem virar tragédia grega. Especialistas em segurança ouvidos pela reportagem (mas que pediram pra não estampar seus nomes) alertam que a cultura do "resolve na hora" e a facilidade de acesso a armas brancas transformam discussões cotidianas em manchetes policiais.
Enquanto isso, no IML, um corpo aguarda identificação formal. Na delegacia, papéis se acumulam sobre a mesa de um delegado sobrecarregado. E na cidade, o medo — esse velho conhecido — volta a circular livremente pelas ruas de Guarapari.
