Chacina na fronteira do Pará com Amapá: corpos de duas vítimas são sepultados em clima de comoção
Chacina na fronteira: vítimas são sepultadas no Pará

O silêncio pesado no cemitério só era quebrado pelo choro contido. Dois caixões, cobertos por flores brancas, desciam à terra sob olhares de incredulidade. Assim foram sepultados os corpos dos paraenses mortos naquela que já está sendo chamada de "a chacina da fronteira" — um episódio de violência que chocou a região divisa entre Pará e Amapá.

"Era um menino bom, trabalhador", soluçava uma tia de uma das vítimas, segurando com força a foto desbotada do sobrinho. O clima? Uma mistura de revolta com aquela dor surda que não encontra palavras. A polícia ainda corre atrás de pistas, mas todo mundo ali sabe: justiça no Norte do Brasil anda devagar, quando anda.

O que se sabe até agora

Segundo fontes próximas à investigação, os corpos apresentavam sinais de execução — coisa de quem não quis deixar margem para dúvidas. Os tiros, calculados, pareciam ter sido dados de perto. Detalhes assim deixam a gente pensando: até onde vai a crueldade humana?

Na delegacia, o delegado responsável pelo caso evitou dar detalhes, mas não negou que pode ter sido acerto de contas. "Trabalhamos com várias linhas", disse, enquanto digitava algo no computador sem olhar para os repórteres. Típico.

A cerimônia que virou protesto

O que começou como despedida acabou tomado por gritos de "basta!" e cartazes improvisados. "Queremos justiça", lia-se num pedaço de papelão segurando por mãos trêmulas. A indignação era palpável — e quem poderia culpá-los? Quando a violência vira rotina, até o luto fica contaminado pela raiva.

Entre velas acesas e rosários apertados, uma senhora resumiu o sentimento geral: "A gente enterra os filhos enquanto os bandidos tomam café da manhã em liberdade". Duro. Mas real.