
Era para ser mais uma noite como tantas outras. A brisa morna do litoral capixaba, o vai-e-vem de gente cansada do trabalho, o barulho distante de uma TV em algum apartamento. Mas o que aconteceu naquela quinta-feira (8) em Vila Velha não foi normal — foi daquelas coisas que a gente nunca esquece, mesmo sem ter visto.
Uma garota de 16 anos — vamos chamá-la de Ana, porque nomes reais doem demais — voltava do grupo de oração na igreja da comunidade. De repente, no meio do caminho de terra batida que ela conhecia desde criança, tudo mudou. Dois homens numa moto (sempre uma moto, não é?) chegaram atirando feito loucos. Ana não teve chance.
O que se sabe até agora
A polícia ainda está correndo atrás de pistas, mas já tem algumas informações:
- O crime aconteceu por volta das 20h30, na Rua das Palmeiras — ironia cruel num lugar com nome tão pacífico
- Testemunhas ouvidas pela reportagem disseram que os atiradores pareciam estar à espera de alguém
- A família da vítima está em choque. "Ela só queria rezar", repetia a mãe, entre soluços
O mais revoltante? Isso não é caso isolado. Só este ano, Vila Velha já registrou pelo menos outros três crimes parecidos — jovens pegos no fogo cruzado de brigas que nem sabiam que existiam.
E agora?
Enquanto a delegacia especializada tenta desvendar o caso (e a gente torce para que desta vez a justiça seja rápida), o que resta é aquela pergunta que não quer calar: até quando? Até quando nossas ruas vão virar campo de batalha? Até quando a vida de um adolescente vai valer menos que uma briga de gangues?
Os vizinhos, esses sim, já têm resposta. Organizaram um protesto para esta sexta-feira em frente à prefeitura. "Chega de sangue", diz um cartaz improvisado. Simples, direto — como deveria ser a vida que Ana não vai mais ter.