
Eis que a saúde pública em Mato Grosso vira palco de um escândalo digno de roteiro de filme policial. Na manhã desta quinta-feira (4), a Polícia Civil deflagrou uma operação que expôs uma trama surreal – veículos oficiais do SUS, destinados ao transporte de pacientes, estariam sendo utilizados para… transportar drogas. Sim, você leu certo.
No centro do furacão, o secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo. Preso em flagrante, junto com mais cinco pessoas – incluindo um ex-vereador de Campo Verde (a 130 km de Cuiabá) e um empresário do setor de transporte médico. A operação “Placebo” – um nome que beira o irônico – cumpriu seis mandados de prisão preventiva e outros doze de busca e apreensão.
A trama: De acordo com as investigações, que se arrastam há meses, os investigados teriam criado um esquema sofisticado. Ônibus e ambulâncias, que deveriam circular com doentes ou medicamentos, seguiam viagem para outros estados com cargas ilegais de maconha e cocaína. Acredita-se que o esquema operava há, pelo menos, um ano. Um verdadeiro deboche com a população que depende do sistema público.
As Conexões Perigosas
Não foi um plano simples, longe disso. A Polícia Civil aponta que o grupo mantinha conexões com facções criminosas de peso, atuando na logística do tráfico interestadual. O secretário, em suposto acordo com o empresário dona da empresa de transportes, teria facilitado a liberação de veículos e rotas para as viagens ilegais. Tudo sob o nariz das autoridades.
E pensar que esses mesmos ônibus deveriam estar levando idosos para quimioterapia ou mães em trabalho de parto. É de cortar o coração, não é?
As Repercussões Imediatas
O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (UB), já se manifestou. Em nota, informou que “tomou ciência dos fatos e está apurando a situação com a máxima seriedade”. O mais provável é que um substituto seja nomeado em caráter interino ainda hoje. O clima em Cuiabá é de absoluta comoção e, claro, muita revolta.
Os investigados agora respondem pelos crimes de associação para o tráfico e corrupção. Eles estão à disposição da Justiça. Enquanto isso, a população fica se perguntando: em quem podemos confiar, se até quem cuida da nossa saúde se envolve numa roubada dessas?
Uma coisa é certa: o caso vai ecoar por muito tempo. E serve de alerta para que outros esquemas semelhantes, por aí, fiquem com o pé atrás. A operação Placebo mostrou que, às vezes, o remédio para a corrupção é uma dose forte de investigação.