
Eis que surge no cenário político uma voz dissonante, carregada de convicção e polêmica. O deputado federal Luis Carlos Heinze, mais conhecido como Sanderson, autor do famoso — ou infame, dependendo de seu ponto de vista — PL da Anistia, soltou o verbo em uma entrevista de cortar os pulsos.
O alvo? A astronômica condenação de 27 anos de prisão imposta ao ex-presidente Jair Bolsonaro. E a declaração é daquelas que ecoam: "O Brasil não tem pena de morte".
Uma Sentença que Choca e Divide
Sanderson não mede palavras. Para ele, condenar alguém a quase três décadas atrás das grades, especialmente uma figura idosa, equivale a uma sentença de morte indireta. É como se o sistema, sem admitir, estivesse decretando o fim de uma vida por vias judiciais.
— A gente precisa parar com essa hipocrisia — dispara o parlamentar, com aquele sotaque carregado do interior. — Se o país aboliu a pena capital, então que a justiça seja aplicada sem essa crueldade disfarçada.
O PL da Anistia e a Batalha Ideológica
Não é de hoje que Sanderson navega em águas turbulentas. Seu projeto de lei, que pretende anistiar condenados dos atos golpistas de 8 de janeiro, já causou mais rebuliço que ventania em dia de temporal. Muitos o veem como um salva-vidas para bolsonaristas enrascados; outros, como um afrouxamento perigoso da lei.
Mas o deputado defende sua cria com unhas e dentes. Alega que o país precisa virar a página e buscar reconciliação — ainda que critics digam que isso signifique passar a borracha em crimes graves.
O timing, convenhamos, não poderia ser mais explosivo. Com a condenação de Bolsonaro ganhando manchetes, a fala de Sanderson joga gasolina na fogueira política que já estava acesa.
E Agora, José?
A pergunta que fica, e que muitos brasileiros se fazem diante de declarações assim, é: até onde vai o limite entre justiça e vingança? Entre aplicar a lei e promover perseguição?
Sanderson, claro, não tem dúvidas. Para ele, os 27 anos de prisão são mais que um excesso; são um sintoma de um sistema que perdeu a medida. E ele promete continuar batendo nessa tecla, mesmo que sozinho.
Enquanto isso, o debate esquenta nas redes, nos bares e nos corredores do Congresso. O Brasil, mais uma vez, se vê diante de um divisor de águas judicial e moral. E a pergunta que não quer calar: que tipo de justiça queremos ser?