
Eis que a política piauiense — ah, a política piauiense — nos presenteia com mais um capítulo digno de roteiro de filme. Dessa vez, o protagonista é o prefeito de um município do interior, acusado de forjar a publicação de uma lei municipal. O objetivo? Aumentar o salário de um ex-vereador. Sim, você leu direito.
A coisa toda começou a desmoronar quando o Ministério Público do Estado do Piauí (MP-PI) resolveu investigar uma denúncia que, francamente, parece coisa de quem acha que ninguém vai perceber. A promessa era de um reajuste salarial para um cargo comissionado, mas o método escolhido foi… digamos, criativo. E ilegal.
O pulo do gato — ou melhor, a falha do golpe
O que ferrou o plano todo foi um detalhe quase cômico, se não fosse trágico: a tal da “Lei Municipal nº 895/2023” simplesmente não existia no Diário Oficial do município. Nada. Zero. Como se alguém tivesse inventado um documento de estalo e esperado que ninguém fosse checar.
O MP-PI não só checou como entrou com uma ação de improbidade administrativa contra o prefeito. A acusação é pesada: violação aos princípios da administração pública, legalidade, moralidade e — olha só — até mesmo “simulação ilegal de ato público”.
E o ex-vereador? Como fica?
Pois é. O beneficiado direto dessa jogada seria o ex-vereador, que assumiu um cargo comissionado na prefeitura e, de repente, ganharia um aumento supostamente respaldado por uma lei que nunca passou pelo crivo da Câmara Municipal — nem foi publicada onde deveria.
Não é de hoje que esse tipo de manobra tenta ser empurrada com a barriga, mas dessa vez, parece que a fiscalização estava de olho. E olho vivo.
O que está em jogo?
Além da óbvia quebra de confiança na administração pública, o prefeito agora pode enfrentar consequências sérias — desde multas pesadas até a perda do cargo e suspensão dos direitos políticos. Não é brincadeira não.
E a pergunta que fica é: quantos casos assim passam despercebidos? Quantas “leis fantasmas” são usadas por aí para beneficiar uns poucos? O caso do Piauí escancara uma prática perigosa — e que, graças a deus, nem sempre fica impune.
Enquanto a investigação corre, a população fica ali, olhando, esperando que a justiça seja feita. Porque no fim das contas, são eles que pagam a conta — literalmente — de esquemas que só envergonham a política brasileira.