
Eis que a trama política brasileira ganha mais um capítulo digno de roteiro cinematográfico. Mauro Cid, aquele mesmo que foi braço direito do ex-presidente Bolsonaro, agora pede para pular fora do Exército. Não é por falta de vontade, segundo seus advogados, mas sim por uma crise psicológica que o impediria de continuar vestindo a farda.
O pedido formal chegou à Justiça Militar na última segunda-feira, e cara, que situação complicada. O tenente-coronel, que já foi peça-chave no Palácio do Planalto, hoje alega não ter condições mentais de cumprir suas funções castrenses. Quem diria, não?
O desgaste mental de um delator
Os documentos judiciais revelam um panorama preocupante. A defesa de Cid argumenta, com todas as letras, que o militar está psicologicamente esgotado. Não se trata de cansaço comum - é algo mais profundo, que minaria sua capacidade de servir às Forças Armadas.
E pensar que esse mesmo homem já foi considerado um dos oficiais mais promissores de sua geração. A ironia é cruel: o mesmo sistema que ele servia agora parece tê-lo consumido. Seus advogados foram enfáticos ao afirmar que a situação atual "não condiz com a dignidade da função militar".
Os bastidores de uma queda
Desde que se tornou delator premiado, Cid virou peça central em investigações que abalaram o núcleo duro do bolsonarismo. Operação Penalidade Máxima, Vaza Malta, Fitaspy - o cara estava no olho do furacão de todas elas.
E agora, essa guinada dramática. Será que o peso de tantas revelações finalmente quebrou o oficial? Ou será estratégia de defesa? Difícil dizer, mas uma coisa é certa: o Exército não costuma aceitar pedidos de desligamento assim, num estalar de dedos.
O processo corre em sigilo, claro. A Justiça Militar vai analisar se realmente há fundamento no alegado esgotamento psicológico. Enquanto isso, Cid continua afastado das funções - desde outubro do ano passado, pra ser exato.
O que dizem os documentos
Os papéis apresentados pela defesa pintam um retrato sombrio. Eles mencionam explicitamente a "falta de condições psicológicas" para o serviço militar. Não é algo que se diga levianamente, especialmente num ambiente tão tradicional como as Forças Armadas.
O pedido é para que Cid seja desligado dos quadros de forma definitiva. Não é licença, não é afastamento temporário - é rompimento completo. Algo bastante radical, convenhamos.
Resta saber como a instituição vai reagir. O Exército tem suas regras, suas tradições, e pedidos assim não são comuns. Mas também não é todo dia que um tenente-coronel envolvido em tantas polêmicas pede para sair alegando crise mental.
Enquanto a Justiça não se pronuncia, o caso segue como mais um daqueles dramas brasileiros que misturam política, militares e segredos. E no centro disso tudo, um militar que parece ter chegado ao seu limite.