Parece que o mercado financeiro brasileiro decidiu que hoje era dia de fazer história. E fez. O Ibovespa, o principal termômetro das ações no país, não só subiu como decolou para territórios completamente inexplorados, batendo um recorde absoluto que deixou todo mundo de olho no pregão.
O que explica essa festa? Dois ingredientes de peso, que são a cara do Brasil: política e operação policial. De um lado, a Polícia Federal deflagrou uma megaoperação—a 25ª fase da Lava Jato do Rio—mirando um suposto esquema de desvios em obras de drenagem. Só o nome já traz um misto de expectativa e cautela, não é mesmo?
De outro, e talvez ainda mais impactante, os ventos políticos sopraram a favor. Uma pesquisa eleitoral para o governo de São Paulo mostrou Tarcísio de Freitas disparando na liderança, com uma vantagem que beira os 20 pontos percentuais. Para um mercado que ama estabilidade e previsibilidade, nada melhor que um favoritismo sólido—ainda mais com o foco do governador em obras e infraestrutura.
Não foi um sobe e desce qualquer. O índice chegou a romper a barreira dos 131 mil pontos, fechando em alta firme. Quem acompanha o trading há anos sabe: dias assim não são só números, são sinais. Sinais de que, pelo menos por hoje, o risco pareceu menor e a confiança, maior.
É claro que o real também entrou na dança, valorizado frente ao dólar. Tudo a ver. Quando o investidor estrangeiro sente cheiro de melhora no cenário, ele pisa fundo—e foi o que aconteceu.
E agora? O que esperar?
Ninguém tem bola de cristal, mas dá para sentir no ar. Se a política continuar colaborando e as operações contra corrupção seguirem mostrando serviço, é possível que o mercado mantenha esse fôlego. Mas é Brasil—e todo cuidado é pouco. Uma reviravolta política ou uma notícia inesperada pode mudar o jogo rapidinho.
Por enquanto, a semana termina com gosto de vitória para investidores e um alívio para quem acredita—ou torce—por um país mais estável. Resta saber se é só um pico de euforia… ou o começo de uma tendência.
