Heleno no centro da trama golpista: PGR revela papel crucial do general
Heleno foi crucial no golpe de 8/1, revela PGR

O general Augusto Heleno não estava apenas na plateia - estava nos bastidores costurando cada ato da tragicomédia golpista. É o que revelam documentos bombásticos da Procuradoria-Geral da República, que colocam o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional no epicentro dos preparativos para o ataque às instituições em 8 de janeiro.

Não foi um mero coadjuvante, como alguns tentaram pintar. As provas colhidas pela PGR mostram um Heleno atuando como "articulador imprescindível" - essa é a expressão que consta nos autos - entre os radicais bolsonaristas e o então presidente. Um verdadeiro maestro da desordem, regendo os músicos sem nunca sujar as próprias mãos.

Os fios que tecem o novelo

Detalhes que emergem:

  • Reuniões sigilosas no Palácio da Alvorada nos dias anteriores ao caos
  • Troca de mensagens cifradas com líderes dos acampamentos golpistas
  • Orientações estratégicas sobre como pressionar o TSE e o STF

E o mais revelador: "registros de que Heleno sabia, com antecedência, da invasão planejada ao Congresso". Isso muda tudo. Não se trata mais de um militar distraído, mas de um conspirador ativo.

Os procuradores foram cirúrgicos: "Sem sua participação, dificilmente os eventos teriam ocorrido naquela escala". Uma afirmação pesada, sustentada por dezenas de páginas de provas documentais e depoimentos.

O jogo das cadeiras musicais

Enquanto o país assistia perplexo aos vandalismos, Heleno parecia jogar xadrez. Movia peças no governo, acenava para os radicais, e - pasmem - ainda tentou se apresentar como "voz da moderação" nos dias seguintes. Duplicidade ou estratégia?

Um detalhe curioso: em determinado momento, chegou a sugerir a Bolsonaro que "contenha os ânimos" dos manifestantes. Ironicamente, era exatamente o oposto do que fazia nos grupos privados.

O relatório da PGR não deixa margem: "Conduta ambígua que serviu para alimentar, e não frear, a escalada antidemocrática". Uma condenação moral antes mesmo de qualquer processo judicial.