Eis que o panorama político catarinense mergulha em águas turbulentas nesta quarta-feira (17). Jorginho Mello, até então no comando do Palácio Barriga Verde, foi obrigado a deixar o governo estadual — uma decisão judicial que ecoa como um trovão em dia de céu azul.
A ordem partiu do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, e não foi nada simpática. Afastamento imediato. O motivo? Uma investigação séria da Polícia Federal que apura se o governador tentou calar uma testemunha-chave com ameaças de morte. Sim, você leu certo.
O cerne da questão gira em torno de um esquema old school de desvios em licitações — aquela velha história de mau uso do dinheiro público que teima em se repetir. Só que dessa vez, o suposto mandante seria ninguém menos que o homem no topo do poder executivo estadual.
As ameaças que mudaram tudo
De acordo com as investigações, a coisa ficou feia quando uma testemunha do caso começou a sentir o peso da intimidação. Ameaças de morte, cara. Coisa pesada, do tipo que não se brinca. A PF levou a sério e as provas colhidas foram suficientes para convencer a Justiça da necessidade de um afastamento preventivo.
E não pense que foi uma decisão precipitada. O Ministério Público Federal embargou a investigação com um pedido formal de afastamento, argumentando — com certa razão — que a permanência de Jorginho no cargo poderia representar um risco real às investigações. Ou seja: poder, influência e potencial obstrução da Justiça não combinam.
O que acontece agora?
Com o governador fora do jogo — pelo menos temporariamente — quem assume é o vice, Marilús Boos. Ela agora herdou um estado em polvorosa e a missão ingrata de pilotar um avião em plena turbulência.
O caso segue sob sigilo, porque é assim que se faz quando o assunto é delicado demais. A defesa de Jorginho Mello, como era de se esperar, já se manifestou. Alega que tudo não passa de um teatro político, uma tentativa de manchar a reputação do governador sem provas concretas. Mas a Justiça, até agora, não parece convencida dessa narrativa.
Santa Catarina, conhecida por sua estabilidade política relativa, agora se vê no centro de um escândalo que mistura corrupção, ameaças e poder. Resta saber quantos capítulos ainda faltam para essa história — e quantas surpresas ainda virão à tona.
