
Parece que o ex-ministro Bento Albuquerque resolveu brincar de contrabandista – e saiu queimado. A Comissão de Ética Pública decidiu ontem aplicar punições ao ex-titular de Minas e Energia por tentar entrar no Brasil com um pacote de joias que, segundo investigações, seriam destinadas à família do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O caso, que já vinha causando burburinho nos corredores de Brasília, ganhou contornos ainda mais dramáticos. Afinal, não é todo dia que um ex-ministro é pego tentando passar batido pela Receita Federal com presentes de luxo não declarados. E olha que Brasília já viu cada coisa...
O que exatamente aconteceu?
Detalhes do relatório são suculentos. Albuquerque teria desembarcado em solo brasileiro vindo do exterior com as joias – avaliação estimada em dezenas de milhares de reais – sem fazer a devida declaração à fiscalização. Quando questionado, a explicação foi, digamos, criativa: "presentes pessoais".
Só que aí é que está o pulo do gato. Investigadores descobriram indícios de que os itens de luxo não eram tão "pessoais" assim. Documentos e mensagens apontariam para um destino bem específico: o círculo íntimo do ex-presidente.
As consequências
A Comissão de Ética não comprou a história. As sanções aplicadas incluem:
- Restrição a cargos públicos por 5 anos
- Multa equivalente a 30% do salário ministerial
- Inclusão do nome no cadastro de infratores éticos
Não é pouco. E deixa um recado claro: mesmo nos altos escalões, tentativas de burlar a lei terão consequências. Pelo menos na teoria – porque na prática, bem... quem acompanha política sabe como essas coisas costumam terminar.
O ex-ministro, através de seus advogados, já anunciou que recorrerá. Alegam "excesso na interpretação dos fatos" e "ausência de dolo". Mas convenhamos: quando alguém esconde joias na bagagem, difícil acreditar que foi sem querer.
O contexto político
O timing não poderia ser pior. Enquanto o governo atual tenta vender uma imagem de combate à corrupção, casos como esse dão munição à oposição. E reacendem debates sobre os supostos "presentes" que circulavam nos bastidores do governo anterior.
Especialistas ouvidos pelo Jornal Nacional destacam que a punição, embora significativa, ainda deixa perguntas no ar. Por exemplo: e as joias em si? Onde estão agora? E mais importante – quem realmente as receberia?
Uma coisa é certa: esse caso ainda dará muito pano pra manga. E provavelmente não será o último escândalo envolvendo presentes suspeitos na política brasileira. Afinal, velhos hábitos são difíceis de morrer – especialmente quando valem uma pequena fortuna.