Escândalo dos 3%: Eleitor Rabisca Urna em Buenos Aires em Protesto Contra Karina Milei
Eleitor rabisca "3%" em urna contra Karina Milei

Não é todo dia que se vê um eleitor transformar seu voto em protesto público—mas foi exatamente isso que aconteceu neste domingo turbulento em Buenos Aires. Enquanto a cidade escolhia seus próximos representantes, uma cédula eleitoral tornou-se o palco de um desabafo político que rapidamente cruzou fronteiras.

Ali, ao lado do nome de Karina Milei—irmã do controverso presidente Javier Milei e candidata ela própria—alguém rabiscou a marca "3%" com uma convicção que falava mais que mil discursos. O gesto, aparentemente simples, ecoa como um trovão num país que já vive sob tensão constante.

O Peso de Um Porcento

Mas que história é essa dos 3%, você me pergunta? Ah, minha gente, aí é que mora o drama. Recentemente, a Argentina foi sacudida por denúncias de que Karina Milei—sim, a irmã do presidente—teria negociado porcentagens em contratos públicos. Três por cento, para ser exato. Um número aparentemente pequeno que pesa como uma tonelada na confiança pública.

O eleitor que rabiscou aquele número na cédula não estava apenas votando. Estava gritando. E esse grito foi ouvido—a imagem viralizou nas redes sociais antes mesmo de a votação terminar.

Reações em Cadeia

Do outro lado, a campanha de Milei reagiu com aquela mistura de indignação e desconforto que todo político demonstra quando é pego de surpresa. Tentaram classificar o incidente como "vandalismo isolado", mas a ferida já estava exposta.

E não para por aí—a Justiça Eleitoral já anunciou que investigará o caso. Porque sim, rabiscar cédulas é tecnicamente irregular, mas como punir um gesto que expressa o sentimento de tantos?

É daquelas situações que deixam até os juristas coçando a cabeça.

Um Símbolo que Transcende a Urna

O que começou como um rabisco isolado transformou-se em símbolo de um descontentamento muito mais amplo. Nas ruas de Buenos Aires, conversei com eleitores que nem sabiam do incidente específico, mas que imediatamente entenderam seu significado.

"Às vezes um lápis na mão certa vale mais que todos os comícios juntos", comentou um senhor que preferiu não se identificar—mais um sintoma dos tempos conturbados que vivemos.

E assim segue a política argentina: intensa, passionais e sempre surpreendente. O rabisco de domingo pode ter sido apagado das cédulas, mas dificilmente sairá da memória política do país tão cedo.