
O clima nos tribunais brasileiros está mais quente que um cafezinho na chapa, e o caso envolvendo Alexandre Ramagem ganhou um capítulo novo e, convenhamos, bastante peculiar. A defesa do ex-commandante da Polícia Federal saiu com tudo para desmontar a acusação que tem dado o que falar.
O cerne da questão? Aquelas tais anotações que viraram notícia. O advogado de Ramagem, falando sério como quem não quer brincadeira, foi categórico: os tais documentos não passavam de registros pessoais do próprio cliente. Coisa de agenda mesmo, sabe? Aquele tipo de lembrete que a gente faz para não esquecer dos afazeres – só que, no caso dele, envolvendo assuntos de Estado.
E aqui vem o ponto que muda tudo: segundo a defesa, essas anotações nunca, repito, nunca foram formalmente apresentadas ou passadas adiante para o então presidente Jair Bolsonaro. Ficaram restritas ao conhecimento dele. Pronto. Fim de papo? Bom, o Ministério Público Federal certamente vai querer fuçar mais um pouco.
O legalista que me perdoe, mas a estratégia da defesa é clara: desvincular totalmente a figura do ex-presidente desse emaranhado de papéis. Eles pintam um quadro onde Ramagem agia por conta própria, anotando coisas para seu próprio controle, sem nenhum tipo de direcionamento ou compartilhamento com o Planalto.
Mas e aí, a justiça compra essa versão?
É a pergunta de um milhão de dólares. Do lado de cá, a defesa afirma com todas as letras que não há nenhum elo, nenhum fio condutor que ligue tais registros a uma ordem superior. Do outro lado, os procuradores devem estar revirando cada vírgula dessas anotações, procurando qualquer indício que diga o contrário.
O caso, que já nasceu sob holofotes, promete render muita tinta e muito tempo nos fóruns. A opinião pública, claro, está dividida – uns acham que é manobra para tirar o corpo fora, outros acreditam que pode mesmo ser um grande mal-entendido. O fato é que o desfecho dessa trama jurídica ainda está longe de ser escrito.
Enquanto isso, Ramagem segue sua vida, mas com um detalhezinho chato: a espada de Dâmocles da justiça pendurada sobre a cabeça. Aguardemos os próximos capítulos. A seção de tribunais do noticiário agradece.