Defesa de Bolsonaro alega: reuniões eram 'preparatórias' e não configuram crime de golpe
Defesa de Bolsonaro: reuniões eram "preparatórias"

Eis que a defesa de Jair Bolsonaro resolveu jogar uma carta surpreendente no tabuleiro do Supremo Tribunal Federal. Os advogados do ex-presidente — sim, aquele mesmo que não cansa de gerar manchetes — sustentam que as tais reuniões pós-eleição de 2022 não passavam de... atos preparatórios. Nada mais.

Parece piada pronta, mas não é. A estratégia jurídica, apresentada ao ministro Alexandre de Moraes, insiste num detalhe crucial: faltaria o elemento essencial para configurar o crime de golpe de Estado. Qual? A violência ou ameaça grave. Sem isso, segundo a defesa, tudo não passaria de conversas entre aliados descontentes com os resultados das urnas.

O cerne da questão: intenção versus ação

Os advogados foram diretos ao ponto. Afirmaram, com todas as letras, que não houve — repito, não houve — qualquer movimento concreto no sentido de depor o governo eleito. Nenhum plano de ação violenta, nenhuma articulação para fechar o Congresso, muito menos para tomar o Palácio do Planalto à força.

O que existiria, segundo eles, eram discussões. Apenas isso. Reuniões para avaliar cenários, trocar ideias, ventilar frustrações. Coisa de político derrotado, sabe como é? O tipo de conversa que acontece em qualquer democracia do mundo depois de uma eleição apertada.

Mas o STF vai comprar essa versão? Difícil dizer. O ministro Moraes é conhecido por não ter papas na língua — nem na caneta — quando o assunto é suposta ameaça à democracia.

O contexto que pesa (e muito)

Todo mundo lembra do que aconteceu em janeiro de 2023, não lembra? Invasão do Congresso, do Planalto, do STF. Gente vestindo verde-amarelo, gritando por intervenção militar. Caos total.

A defesa de Bolsonaro tenta descolar essas cenas das tais reuniões. Diz que uma coisa não tem nada a ver com a outra. Que os encontros ocorreram antes e não teriam relação direta com os ataques de 8 de janeiro.

Será? A Procuradoria-Geral da República certamente vai argumentar o contrário. De que as reuniões eram a centelha inicial, o combustível que alimentou a fogueira do insano daquela terça-feira.

O fato é que o processo segue em segredo de justiça. E o Brasil inteiro aguarda — alguns com esperança, outros com temor — a decisão do STF.

Enquanto isso, Bolsonaro continua por aí, fazendo live, dando palestra, sendo vaiado e aplaudido com igual intensidade. O país, claro, segue dividido. E a história, bem... a história ainda está sendo escrita.