Estratégia da Defesa: Bolsonaro e os Ataques de 8 de Janeiro — O Distanciamento como Caminho para Redução de Pena
Defensa de Bolsonaro: distanciamento do 8 de enero como estrategia

Parece que a defesa de Jair Bolsonaro decidiu seguir por um caminho… digamos, criativo. Quase um ano depois dos ataques antidemocráticos em Brasília, a estratégia é clara: distanciar o ex-presidente dos vandalismos de 8 de janeiro. E não é por acaso.

Segundo apurou a VEJA, os advogados dele estão trabalhando numa tese — que, convenhamos, beira o surreal — de que Bolsonaro não teve participação direta naquelas cenas de horror. A ideia? Abrandar a imagem perante o Supremo Tribunal Federal. Querem mesmo convencer alguém disso?

O jogo por trás da cortina

O plano é simples, mas arriscado. A defesa insiste que Bolsonaro não comandou, não articulou e muito menos incitou a invasão dos três poderes. Eles alegam que ele já estava no Florida, EUA, quando tudo aconteceu. Como se isso fosse um salvo-conduto.

Mas os ministros do STF, especialmente Alexandre de Moraes, não parecem muito convencidos. O inquérito das digitalidades já apontou — e não foi pouco — grupos bolsonaristas se organizando meses antes, com direito a financiamento e logística. E tem áudio, print de conversa, vídeo… ah, tem bastante coisa.

Os detalhes que a defesa prefere ignorar

Reuniões no Palácio da Alvorada. Encontros com caminhoneiros. Lives com tom inflamado. Tudo isso antes do dia 8. A defesa, claro, minimiza. Diz que eram “meras manifestações políticas”. Só isso.

Mas e os valores movimentados? E os combinados nos grupos de WhatsApp? E a quebra de sigilos que mostrou diálogos nada sutis? A estratégia deles é fingir que nada disso se conecta. Como se fosse uma coincidência gigantesca.

O que realmente está em jogo

Não se engane: tudo isso é cálculo. A defesa sabe que, se conseguir desconectar Bolsonaro do epicentro do planejamento, a pena cai. E cai muito. Crimes de responsabilidade? Vira quase delito comum. E delito comum, como todo mundo sabe, prescreve mais rápido e pune menos.

Mas o placar não está favorável. Moraes já deixou claro, em mais de uma vez, que enxerga o ex-presidente como peça central. E não é só ele. O Ministério Público Federal também.

Então a pergunta que fica: até onde vai dar essa encenação? Será que o STF vai comprar a ideia de um Bolsonaro alheio, distante, quase vítima da própria base? Difícil. Muito difícil.

O tempo — e os autos — dirão.