
Parece cenário de filme policial, mas é pura realidade brasiliense. A CPMI que investiga supostas irregularidades no INSS está enfrentando um daqueles obstáculos que dão dor de cabeça em qualquer investigação: uma testemunha importante simplesmente desapareceu do mapa.
O servidor público conhecido como "Careca do INSS" — figura que supostamente teria informações valiosas sobre os esquemas em investigação — está dando trabalho para localizar. E não é pouco.
O presidente da comissão, deputado Doutor Hiran (PP-RO), não disfarçou a irritação durante coletiva nesta quarta-feira. "A gente tá há tempos tentando encontrar esse cidadão", confessou, com aquele tom de quem já perdeu a paciência. "Mandamos intimações, procuramos por todos os cantos... e nada!"
Busca Intensificada
Diante da dificuldade, a CPMI decidiu partir para medidas mais drásticas. Hiran anunciou que acionou a Polícia Legislativa do Senado e oficiais de justiça numa operação para tentar localizar o tal "Careca".
Não é todo dia que uma comissão parlamentar precisa recorrer à força policial para encontrar uma testemunha. A situação, no mínimo, chama atenção — e levanta suspeitas sobre o que estaria por trás desse desaparecimento conveniente.
Quebra-Cabeça com Peças Faltando
O servidor é considerado "peça fundamental" no quebra-cabeça que a CPMI tenta montar. Segundo Hiran, ele teria conhecimento sobre supostas irregularidades na autarquia, incluindo esquemas de corrupção e desvios de recursos.
"Sem ele, fica difícil fechar o círculo de investigação", admitiu o parlamentar, com frustração evidente na voz. A comissão já tentou contato através de todos os meios convencionais — e alguns não tão convencionais também.
Até agora? Silêncio total.
Próximos Passos
Enquanto a polícia tenta localizar o servidor, a CPMI segue com outros depoimentos. Nesta quinta-feira, está marcada a oitiva de três funcionários do INSS que supostamente participariam dos esquemas.
Mas a sombra do "Careca" pairará sobre a sessão. Até quando ele conseguirá se esconder? A pergunta fica no ar, enquanto a comissão aprende na prática uma lição antiga: investigar poderosos no Brasil nunca foi tarefa fácil.
Resta saber se essa busca frenética trará resultados — ou se virará mais um capítulo de mistério na política brasileira.