
Um casal que virou notícia por mobilizar uma verdadeira "vaquinha digital" para um fim nada nobre agora enfrenta as consequências. A Procuradoria-Geral da República (PGR) decidiu denunciá-los por arrecadar mais de R$ 1 milhão em transferências PIX — dinheiro que, segundo as investigações, foi direcionado para sustentar um acampamento com claros objetivos golpistas em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília.
Os valores, que chegaram a impressionantes R$ 1.058.941,00, foram repassados por 1.226 pessoas diferentes. Uma enxurrada de transações que chamou a atenção das autoridades. O casal, identificado como Thiago Ferreira dos Santos e Géssica Cristine de Oliveira Santos, agora responde por crimes contra o Estado Democrático de Direito.
O esquema por trás das doações
Não foi um mero "ajuntamento de trocados". As investigações revelaram que o casal não só arrecadou os valores como também fez questão de divulgar — com certo orgulho, diga-se — os depósitos nas redes sociais. Postavam prints, agradeciam aos "colaboradores" e ainda davam instruções de como enviar mais dinheiro. Tudo muito organizado, tudo muito explícito.
E onde esse dinheiro todo foi parar? Segundo a PGR, os recursos foram usados para:
- Manter a estrutura do acampamento (alimentação, barracas, equipamentos)
- Pagar transporte de manifestantes
- Adquirir materiais de propaganda golpista
Detalhe curioso: parte considerável das doações veio de pequenos valores — entre R$ 10 e R$ 100 —, o que sugere uma rede ampla de apoiadores. Mas teve gente que não economizou: uma única transação chegou a incríveis R$ 50 mil!
"Não foi brincadeira": PGR reforça gravidade
O Ministério Público Federal não está para brincadeiras. Na denúncia, sublinha que o casal agiu "com o propósito claro de subverter a ordem democrática". E vai além: destaca que os recursos foram essenciais para manter vivo um movimento que pregava abertamente a ruptura institucional.
Não é a primeira vez que esse tipo de ação judicial acontece. Desde os eventos de 8 de janeiro de 2023, a Justiça tem agido com rigor contra financiadores de movimentos antidemocráticos. Desta vez, porém, chama atenção o volume recorde arrecadado — e a cara de pau na divulgação.
Enquanto isso, em Brasília, o clima é de tensão. O acampamento foi desmontado, mas o estrago já estava feito. Resta saber quantos outros "financiadores" ainda operam nas sombras das redes sociais e aplicativos de mensagem.