Numa cena que não passou despercebida pelos corredores do poder, o ex-presidente Jair Bolsonaro apareceu nesta segunda-feira (21) na Câmara dos Deputados com um acessório nada convencional para um político de seu calibre: a famigerada tornozeleira eletrônica.
Quem estava por ali descreve o clima como "aquele silêncio constrangedor quando alguém derruba um copo num restaurante chique". O dispositivo, que mais parece um relógio de pulso deslocado para o tornozelo, brilhava discretamente sob a barra da calça social.
O que dizem os bastidores
Fontes próximas ao ex-mandatário afirmam que ele teria dito, em tom irônico: "Pelo menos agora todos sabem que estou chegando". Já entre os deputados, o burburinho era inevitável — uns cochichando, outros fingindo não notar, como se ignorar o elefante na sala fosse a nova etiqueta política.
O caso reacendeu aquela velha discussão que sempre volta à tona: até que ponto medidas judiciais contra figuras públicas devem considerar o aspecto da exposição midiática? Alguns juristas argumentam que "justiça não tem que ser discreta", enquanto outros lembram que "humilhação nunca foi parte da pena".
Reações nas redes sociais
Nas redes, como era de se esperar, a polarização bateu recordes:
- "Finalmente um acessório à altura do ex-presidente", disparou um usuário
- "Isso é assédio judicial disfarçado de justiça", contra-argumentou outro
- E não faltou quem brincasse: "Novo modelo da Apple? iPreso 2.0?"
Psicólogos políticos ouvidos pelo G1 lembram que situações como essa criam um fenômeno curioso — a "vitimização por exposição", onde até erros graves podem gerar simpatia quando mostrados de forma tão crua.
Enquanto isso, o dispositivo segue emitindo seu sinal discreto, como um metrônomo marcando o ritmo dessa novela política que parece longe de acabar. Resta saber se será um episódio isolado ou o primeiro capítulo de uma longa série.
