
Franca, SP – O clima de tensão que pairou sobre a cidade nos últimos dias finalmente começou a se dissipar. O indivíduo apontado como autor dos tiros contra um sapateiro, na porta de uma fábrica de calçados, resolveu aparecer na delegacia – sem que os policiais precisassem ir atrás dele.
Segundo fontes próximas ao caso, o sujeito chegou de cara limpa na Central de Polícia Judiciária na tarde desta sexta (8). Nada daquele drama de filmes policiais – veio sozinho, sem advogado, como quem vai resolver uma pendenga qualquer.
O que rolou antes
Na terça-feira (5), por volta das 18h30, o trabalhador – um mestre na arte de transformar couro em calçado – foi surpreendido por rajadas de violência. Estava saindo do batente quando levaram a sério demais a expressão "bater o ponto".
Testemunhas contam que o atirador chegou como tempestade de verão – rápida e destruidora. Disparou, sumiu. Deixou pra trás um rastro de perguntas sem resposta e um homem de 38 anos lutando pela vida no Hospital Regional.
A reação da cidade
Franca, que normalmente vive do ritmo das máquinas de costura e do cheiro de couro, parou pra olhar pro próprio umbigo. Nos botecos, a pergunta que não queria calar: "Que diabos tá acontecendo com a nossa segurança?"
O sindicato dos sapateiros – sim, existe e é forte na região – soltou nota mais indignada que torcedor de time pequeno. Exigiram respostas e, principalmente, ação. Afinal, ninguém merece ter medo de ir trabalhar.
"A gente já vive de ralar o couro pra ganhar pouco, agora tem que olhar pra trás toda hora?", esbravejou um colega de ofício da vítima, que preferiu não se identificar.
O que vem pela frente
O delegado responsável pelo caso – um sujeito que já viu de tudo nessa vida – garantiu que vai desenrolar o novelo direito. Prometeu investigar se havia rixa antiga ou se foi crime passional disfarçado de violência urbana.
Enquanto isso, o suspeito vai conhecer as instalações do CDP. E o sapateiro? Continua no hospital, mas os médicos dão boas notícias – o cara é resistente que nem sola de sapato bom.