Era para ser mais um dia comum — desses que a gente nem lembra no final do mês. Mas o que aconteceu na última sexta-feira (9) com a família de um PM morto em Nova Iguaçu vai ficar marcado a ferro e fogo na memória deles. A irmã do policial, que prefere não se identificar (e quem pode culpá-la?), contou com a voz embargada como foram parados em uma blitz que tinha tudo pra ser policial, mas era puro teatro criminoso.
Segundo ela, estavam no carro, indo sabe-se lá aonde — detalhes que perdem importância quando você tá com o coração batendo na boca — quando foram interceptados por homens armados. "Parecia normal, sabe? Até a farda... mas aí a coisa descambou", relatou, fazendo aquela pausa dramática que só quem viveu o perigo entende.
O golpe na madrugada
Os detalhes são de arrepiar:
- Veículos sem identificação, mas com sirenes que pareciam saídas de um filme de ação
- Abordagem agressiva — daquelas que deixam a dúvida: é procedimento ou armação?
- E o pior: a sensação de déjà vu, já que o irmão dela, PM, foi assassinado em circunstâncias nebulosas
Não deu outra. Quando perceberam que era cilada, já estavam imobilizados. "Pensamos que iam nos matar ali mesmo", confessou a mulher, com aquela voz trêmula que nenhum ator consegue imitar direito.
Depois da tempestade
Por sorte — se é que dá pra chamar de sorte —, os bandidos só levaram pertences. Mas o estrago psicológico? Esse é do tipo que não tem preço. A delegacia tá cheia de casos assim: falsos policiais agindo na cara dura, especialmente na Baixada. E a pergunta que não quer calar: até quando?
Enquanto isso, a família do PM morto — que já carregava um luto pesado — agora tem mais um trauma pra lista. A irmã dele, entre um suspiro e outro, soltou: "A gente vira estatística duas vezes. Quando eles matam, e quando a gente sobrevive pra contar". E cá entre nós: nenhum político, nenhum discurso bonito vai apagar esse medo que virou sombra no dia a dia deles.
