Café e crime: produtor é sequestrado e bandidos levam quase 100 sacas em Poço Fundo (MG)
Cafeicultor sequestrado em assalto a propriedade rural

Imagine acordar com o barulho de vozes estranhas na sua propriedade antes do sol nascer. Foi assim que começou o pesadelo para um produtor rural em Poço Fundo, sul de Minas Gerais, nesta sexta-feira (2).

Por volta das 4h30 da madrugada — horário em que muitos mineiros ainda estão virando na cama — três homens armados invadiram a fazenda como se fossem donos do pedaço. Nem o cachorro latiu direito antes de eles já estarem dentro de casa.

O sequestro que durou uma eternidade

O cafeicultor, cujo nome não foi divulgado por questões de segurança, foi arrastado para dentro do próprio caminhão como se fosse carga. Os bandidos, que pareciam saber exatamente o que queriam, obrigaram a vítima a acompanhá-los até um armazém próximo.

"Foi a madrugada mais longa da minha vida", contou o produtor aos policiais depois do ocorrido. E dá pra entender porquê:

  • 94 sacas de café arábica (daquelas que estavam prontinhas pra venda)
  • Dinheiro em espécie (não se sabe quanto, mas suficiente para deixar o prejuízo maior)
  • Até equipamentos agrícolas levaram — coisa de quem planejou cada detalhe

Operação de fuga: bandidos sumiram como fumaça

Quando a polícia chegou — alertada por um vizinho que ouviu barulho estranho — os criminosos já tinham virado pó. Literalmente. Pegaram a estrada de terra e desapareceram na escuridão da zona rural.

O delegado responsável pelo caso, que pediu pra não ser identificado, soltou aquele suspiro típico de quem sabe que vai ter trabalho: "Isso aqui tem cara de crime encomendado. Alguém sabia exatamente o que tinha nessa propriedade."

E agora, José?

Enquanto a Polícia Civil vasculha a região atrás de pistas — e torce pra que os bandidos tenham deixado alguma digital ou pegada no caminhão — o produtor tenta calcular o prejuízo. Café não é como dinheiro no banco que o seguro cobre. É suor de meses, às vezes anos, indo embora num piscar de olhos.

Moradores da região, acostumados com a tranquilidade do interior, estão com o pé atrás. "A gente nunca trancava as portas direito, agora vai ter que pensar duas vezes", comentou uma vizinha enquanto tomava café na varanda — ironicamente, da mesma saca que o produtor assaltado havia dado de presente na semana passada.