Era um dia comum no movimentado Aeroporto Internacional de Guarulhos — até que não era. Num esquema que parece saído de roteiro de filme, uma quadrilha especializada aplicou um golpe tão ousado quanto lucrativo: R$ 7 milhões em toxina botulínica, o popular botox, evaporaram como num passe de mágica.
Precisão de relógio suíço
Os bandidos não eram amadores. Agindo com uma sincronia que deixaria qualquer coreógrafo com inveja, interceptaram um carregamento que acabara de chegar da Europa. O produto? Caixas e mais caixas do cosmético mais cobiçado do momento.
"Foi coisa de profissional", admitiu um agente da Polícia Federal que pediu para não ser identificado. "Sabiam exatamente o que queriam, quando chegaria e como fugir."
O modus operandi
- Veículos de alto padrão usados como isca
- Uniforme falsificado de empresa aérea
- Rota de fuga planejada nos mínimos detalhes
O que mais impressiona? O timing perfeito. A ação durou menos de 15 minutos — tempo médio de uma aplicação de botox, ironicamente.
Mercado negro em ebulição
Por que roubar botox? A resposta está na economia subterrânea. Com a explosão da procura por procedimentos estéticos, um frasco pode valer mais que ouro no mercado paralelo. E sem receita médica, claro.
"É o crime perfeito para 2025", comenta uma dermatologista que prefere não se identificar. "Todo mundo quer, poucos perguntam de onde vem."
As autoridades suspeitam que o produto já esteja sendo revendido em clínicas clandestinas ou mesmo exportado ilegalmente. Um verdadeiro esquema de beauty black market.
Reação das autoridades
A Polícia Federal prometeu reforçar a segurança em cargas de alto valor. Enquanto isso, a Anvisa emitiu um alerta sobre lotes sem procedência. "Compre apenas em estabelecimentos regulados", adverte o comunicado oficial.
O caso deixou uma pergunta no ar: num aeroporto considerado um dos mais seguros do continente, como foi possível uma ação tão audaciosa? As investigações continuam — e prometem revelar mais surpresas.
