
Era uma daquelas operações que pareciam saídas de roteiro de filme policial – mas era real. Na madrugada desta quinta (8), a Polícia Civil de São Paulo botou fim nas atividades de uma quadrilha que vinha aterrorizando condomínios de alto padrão em Moema, um dos bairros mais nobres da capital.
Segundo as investigações – que duraram meses – o grupo agia com precisão cirúrgica. Escolhiam os alvos, estudavam rotinas dos moradores e, quando menos se esperava, invadiam as propriedades. "Eles eram meticulosos, quase profissionais", admitiu um delegado que preferiu não se identificar.
Como a quadrilha operava
O modus operandi não era exatamente original, mas funcionava:
- Falsificavam credenciais de prestadores de serviço
- Observavam os horários de movimento dos prédios
- Usavam equipamentos de comunicação sofisticados
- Agiam rápido – em média, 15 minutos por roubo
Curiosamente, evitavam violência. "Prefiro ladrão que leva coisas do que vidas", comentou ironicamente um porteiro de um dos condomínios visados.
O que levavam?
Nada de televisões ou eletrodomésticos pesados. O foco era em:
- Joias e relógios de marca
- Dinheiro em espécie
- Documentos que poderiam ser usados para golpes
- Ocasionalmente, obras de arte de pequeno porte
Um detetive veterano – com mais de 20 anos de experiência – confessou que nunca tinha visto tanta "sofisticação" em roubos residenciais. "Parecia treinamento de elite, mas para o crime", brincou, sem graça.
A queda
Toda quadrilha comete erros. E foi um descuido mínimo que levou à prisão dos cinco integrantes. Um deles esqueceu um boné com DNA durante um assalto – detalhe que parece bobo, mas foi crucial.
A operação de prisão foi discreta. Dois foram pegos em uma casa no Jardim Miriam, outros três em um apartamento na Zona Leste. Todos já tinham passagem pela polícia – mas nunca por crimes tão "especializados".
Os investigadores acreditam que o grupo possa estar por trás de pelo menos 15 roubos nos últimos seis meses. Os prejuízos? Difíceis de calcular, mas estima-se algo em torno de R$ 2 milhões.
Enquanto isso, em Moema, os moradores respiram aliviados – mas sem baixar a guarda. Afinal, São Paulo é São Paulo, e a próxima quadrilha pode estar logo ali na esquina.