
O que está acontecendo no Sudoeste? A pergunta ecoa entre moradores que testemunham uma mudança palpável nas ruas do bairro. E os números — ah, os números — contam uma história que parece saída de roteiro de filme policial.
Imagine só: 56 traficantes presos em pouco mais de um ano. Cinquenta e seis! Um aumento absurdos 300% comparado ao período anterior. Não é pouco, não — é praticamente uma operação por semana tirando criminosos de circulação.
Jogo de inteligência e estratégia
Não foi por acaso, claro. A Polícia Civil do DF montou uma verdadeira força-tarefa na região. Eles não estão esperando acontecer — estão indo atrás. Investigações minuciosas, trabalho de inteligência e, o mais importante, ações integradas entre diferentes unidades.
O delegado Gabriel Alves de Souza, que comanda a 1ª Delegacia de Repressão às Drogas (DRD), não esconde certa satisfação ao comentar os resultados. "Quando você mexe no bolso do tráfico, ele sente. E estamos mexendo", diz ele, com a convicção de quem vê os dados todos os dias.
O que explica essa explosão?
Alguns fatores-chave emergem dessa operação bem-sucedida:
- Inteligência policial — Não é mais aquela abordagem reativa de antes. Agora, as equipes sabem onde e quando agir
- Cooperação entre unidades — Diferentes delegacias trabalhando juntas, compartilhando informações (algo que deveria ser óbvio, mas nem sempre foi)
- Persistência — Mesmo com limitações de pessoal, as equipes não recuam
E tem mais: o foco não está apenas nos "peixes pequenos". As investigações buscam subir na cadeia — identificar os financiadores, os chefes. É como desmontar uma rede de baixo para cima, fio por fio.
E os moradores? O que dizem?
Ah, essa é a parte interessante. Quem mora no Sudoeste nota a diferença — mas ainda mantém certo ceticismo saudável. "Melhorou, sim, mas será que dura?" me perguntou uma moradora que preferiu não se identificar (e quem pode culpá-la?).
Outros relatam menos movimentação estranha em certas áreas, menos "olheiros" nas esquinas. Pequenos sinais que, somados, fazem uma diferença enorme na sensação de segurança.
Mas todos concordam em um ponto: o trabalho precisa continuar. Porque o tráfico — bem, o tráfico é como hydra: corta uma cabeça, nascem outras duas.
E agora? O que esperar?
O delegado Souza adianta que as operações não vão diminuir. Pelo contrário — a ideia é intensificar. E expandir para outras regiões, usando a mesma receita que deu certo no Sudoeste.
Resta torcer para que os números continuem subindo — mas apenas do lado das prisões, não da criminalidade. Porque no fim das contas, o que importa mesmo é que as pessoas possam andar tranquilas em seu próprio bairro.
Parece pouco? Para quem vive sob a sombra do tráfico, é tudo.