
Não era um apartamento comum. Nem um jardim qualquer. No coração de Santos, litoral de São Paulo, a Polícia Civil topou com uma cena digna de filme: dezenas de pés de cannabis, cuidadosamente cultivados em uma estufa montada dentro de um imóvel de alto padrão. A descoberta aconteceu nesta semana, após denúncias anônimas — e o que se viu foi, no mínimo, surpreendente.
Segundo os agentes, o local parecia uma pequena fábrica. Luzes especiais, sistema de irrigação, ventilação controlada... Tudo minuciosamente organizado para maximizar a produção. "Parecia um laboratório de série B, mas funcionando a pleno vapor", brincou um dos investigadores, sob condição de anonimato.
Como a operação aconteceu
Os policiais chegaram ao local após semanas de monitoramento. A princípio, as denúncias falavam de "movimentação estranha" e "cheiro forte" no prédio — coisa que, convenhamos, não combina muito com ares de luxo. Ao adentrarem o apartamento, encontraram:
- 47 plantas de cannabis em diferentes estágios de crescimento
- Equipamentos de cultivo de alta tecnologia
- Fertilizantes e substâncias para acelerar o desenvolvimento
- Material já processado, pronto para distribuição
Ninguém foi preso no local — o que, diga-se de passagem, deixou os agentes com a pulga atrás da orelha. "Alguém investiu grana pesada nisso aqui", comentou um delegado, enquanto examinava os vasos com mudas. "Isso não é coisa de amador."
O que diz a lei
Cultivar maconha no Brasil, mesmo para uso próprio, é crime previsto no artigo 33 da Lei de Drogas. A pena? Pode chegar a 15 anos de cadeia, dependendo das circunstâncias. E quando falamos de uma operação desse tamanho, o buraco é mais embaixo: configura tráfico, sem direito a discussão.
Moradores do prédio — que preferiram não se identificar — disseram estar "chocados". "A gente paga uma fortuna de condomínio pra ter segurança, e vem um negócio desses?", reclamou uma senhora, enquanto observava a movimentação policial da varanda.
Agora, a Polícia Civil rastreia os responsáveis pelo cultivo. As câmeras do prédio e registros de acesso estão sendo analisados. Enquanto isso, as plantas foram levadas para perícia — onde, ironicamente, vão receber mais cuidados do que muitas orquídeas por aí.