
Era um negócio que parecia saído de um filme de ação - mas era pura realidade nas ruas de Maceió. Onze pessoas acabaram presas nesta quarta-feira (25) numa operação que expôs uma verdadeira indústria do crime dedicada a transformar motos roubadas em peças soltas e dinheiro vivo.
A Polícia Civil, trabalhando feito formiga em dia de mudança, descobriu que a quadrilha não apenas roubava as motocicletas como tinha toda uma estrutura montada para desmontá-las rapidamente. Imagina só: a moto que sumia de manhã já estava em pedaços à tarde, com cada componente sendo vendido separadamente no mercado paralelo.
O modus operandi que enganava até especialistas
Os caras eram bons, tenho que admitir. Eles clonavam os documentos dos veículos com uma precisão que daria inveja a muitos profissionais honestos. Usavam um galpão discreto - daqueles que você passa todo dia e nem desconfia - como base operacional. Lá dentro, as motos roubadas passavam por uma transformação radical em questão de horas.
O que mais me impressiona? A velocidade com que tudo acontecia. Era um processo quase industrial: roubo, transporte, desmonte e comercialização - tudo num piscar de olhos. As peças sumiam no mercado como se fossem legalizadas, sabe como é?
As consequências para as vítimas
Pensa no cidadão que trabalha o mês inteiro para comprar sua moto, seu meio de transporte, seu ganha-pão. De repente, some. E quando some assim, nas mãos desses profissionais do crime, as chances de recuperar são praticamente nulas. A moto literalmente deixava de existir como veículo identificável.
Os prejuízos? Incalculáveis. Financeiros, emocionais, logísticos. Quantas pessoas dependem dessas motos para trabalhar, para se locomover, para viver?
O trabalho da polícia
A operação não foi coisa de um dia só. Os investigadores trabalharam durante meses, montando quebra-cabeças e conectando pontos que pareciam desconexos. Foram cumpridos onze mandados de prisão temporária e cinco de busca e apreensão - tudo coordenado pela 5ª Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos.
Os policiais apreenderam uma porção de coisas durante as ações: documentos, celulares e, claro, peças de motos que contavam histórias que ninguém queria ouvir.
O delegado responsável pela investigação foi direto ao ponto: o objetivo era acabar com essa "linha de produção" criminosa que tanto prejuízo causa à população. E pelo visto, conseguiram um golpe significativo na estrutura da quadrilha.
Agora, os presos vão responder por associação criminosa e receptação qualificada. A pena pode chegar a oito anos de prisão, dependendo das circunstâncias. Resta saber se isso será suficiente para desencorajar outros grupos que pensam em seguir o mesmo caminho.
Uma coisa é certa: enquanto houver quem compre peças de origem duvidosa, sempre haverá quem roube para vender. É um ciclo vicioso que precisa ser quebrado em ambas as pontas.