PF prende suspeita de comandar rede de tráfico sexual na Europa: operação desmonta esquema bilionário
PF prende suspeita de tráfico sexual com atuação na Europa

Ela vivia como uma empresária comum no Distrito Federal, mas a realidade — descobriu a Polícia Federal — era bem diferente. Aos 42 anos, a suspeita (cujo nome não foi divulgado) não vendia produtos ou serviços: comercializava pessoas. E não para qualquer lugar. O destino? Vários países da Europa, onde vítimas brasileiras e de outras nacionalidades eram exploradas sexualmente.

A operação da PF desta quarta-feira (17) não foi simples. Durou meses, envolveu agentes infiltrados e até cooperação internacional. Quando os policiais bateram à porta da residência dela, em um condomínio de alto padrão, encontraram documentos que confirmavam o que já desconfiavam: ali estava uma das cabeças de uma rede que movimentava milhões de euros.

Como o esquema funcionava?

Não era coisa de amador. A organização — segundo as investigações — tinha rotas estabelecidas, contatos em embaixadas e até um sistema de lavagem de dinheiro sofisticado. As vítimas? Muitas vezes enganadas com promessas de empregos legítimos no exterior.

  • Recrutamento: Anúncios falsos de modelos, babás ou garçons na Europa
  • Transporte: Passaportes falsificados e subornos em aeroportos
  • Exploração: Dívidas inventadas e ameaças para manter controle

"Eles transformavam sonhos em pesadelos", disse um delegado que pediu anonimato. "Quando a pessoa chegava lá, tinha o passaporte confiscado e era obrigada a se prostituir."

O que foi apreendido?

Além da prisão em flagrante, os agentes encontraram:

  • 5 celulares com conversas comprometedoras
  • Notas fiscais frias de uma "agência de turismo" de fachada
  • Uma lista com nomes de clientes europeus — alguns supostamente importantes

Curiosamente, a suspeita — que agora responde por tráfico internacional de pessoas e associação criminosa — não parecia viver de forma extravagante. "Nada de carros de luxo ou joias", comentou um vizinho. "Só viajava muito."

A PF estima que, só nos últimos dois anos, o esquema tenha lucrado cerca de R$ 200 milhões. E adverte: essa prisão é só o começo. "Temos outros nomes", avisou o superintendente regional. "E vamos pegar todos."