PF Desmantela Esquema Ilegal de Rifas de Armas no Mato Grosso do Sul | Investigação em Andamento
PF prende homem por rifas ilegais de armas em grupos de CACs

Eis que a rotina pacata de Naviraí, no Mato Grosso do Sul, foi sacudida por uma operação da Polícia Federal nesta quinta-feira. Um homem, cuja identidade ainda não foi totalmente revelada — embora se saiba que ele atuava como "organizador" —, foi alvo de mandados de busca e apreensão. O motivo? Um esquema nada convencional de rifas ilegais de armas de fogo, circulando como se fossem figurinhas de um álbum de Copa.

Não era nada sofisticado, mas funcionava. Através de grupos de WhatsApp e Telegram destinados a Caçadores, Atiradores e Colecionadores (os famosos CACs), ele promovia sorteios de pistolas, revólveres e até rifles. Parece brincadeira, mas a brincadeira era séria — e profundamente ilegal.

Como o esquema funcionava?

Os números das rifas eram vendidos a preços que variavam — às vezes R$ 50, outras vezes R$ 200 ou mais —, dependendo do modelo da arma. Quem comprava, muitas vezes, nem sequer tinha registro ou posse legal. Era pura esperança armada.

E não era algo discreto. Os anúncios eram feitos abertamente, com fotos, modelos, preços e até prazos. Tudo muito organizado, como se fosse uma lojinha virtual, mas sem nota fiscal e, claro, sem permissão do Exército — que é quem regula esse tipo de comércio no Brasil.

"Era questão de tempo", diz delegado

Um agente envolvido na operação, que preferiu não se identificar, comentou: "A gente via aqueles grupos lotados de anúncios. Às vezes disfarçados de 'doação' ou 'sorteio entre amigos'. Mas todo mundo sabia. Era questão de tempo até a casa cair."

E caiu.

A investigação começou ainda em 2024, depois de denúncias anônimas e um monitoramento digital que identificou padrões de movimentação suspeita. Não era apenas um ou outro sorteio: era atividade constante, frequente — quase uma rotina comercial ilegal.

Além do alvo principal, outros envolvidos estão sob investigação. A Polícia Federal não descarta que haja mais pessoas participando do esquema, seja na organização ou na distribuição.

E agora?

O homem preso deve responder por vários crimes — entre eles, o exercício ilegal do comércio de armas de fogo e associação criminosa (se comprovado que agia com outras pessoas).

As penas podem chegar a anos de reclusão. Fora a multa. Fora o fato de que, dificilmente, ele voltará a ter direito à posse de arma — ironia das grandes.

Enquanto isso, a PF segue vasculhando computadores, celulares e documentos apreendidos durante a operação. Quem sabe o que mais vai aparecer?

Uma coisa é certa: a internet facilita, mas também expõe. E quando o assunto é arma, não dá pra brincar de sorteio.